Portugal: Comissão estuda candidatura do culto ao Espírito Santo a Património Imaterial da Humanidade

Iniciativa foi apresentada no Congresso Internacional do Espírito Santo, que terminou em Alenquer este domingo

Alenquer, 18 set 2016 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Organizadora do Congresso Internacional do Espírito Santo disse à Agência ECCLESIA que vai ser desenvolvido o projeto de “apresentação de uma candidatura das festas e tradições do Espirito Santo a património mundial”.

O Congresso Internacional do Espírito Santo terminou hoje e analisou o tema “Génese, evolução e atualidade da utopia da fraternidade universal”, primeiro em Coimbra, nos dias 16 e 17 de junho, depois na Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa, nos dias 14 e 15 de setembro e, entre sexta-feira e este domingo, em Alenquer.

De acordo com o presidente da Comissão Organizadora, José Eduardo Franco, os contributos científicos que foram apresentados nas três fases do congresso evidenciam “a importância do Espírito Santo, das suas tradições, património e originalidade portuguesa e lusófona”.

Para o historiador, o desenvolvimento da candidatura do culto ao Espírito Santo a património da mundial fica a dever-se “à sua originalidade, ao seu impacto, à sua dimensão”.

José Eduardo Franco afirmou que o Congresso, que terminou este domingo com uma comunicação do cardeal-patriarca de Lisboa e Eucaristia de encerramento presidida por D. Manuel Clemente, foi o “ponto de partida” para o desenvolvimento da candidatura e contribuiu para a “desregionalização” do conhecimento sobre as festas do Espírito Santo.

“No nosso imaginário só pensamos nos Açores, que tiveram e vão continuar a ter uma importância grande, mas este culto é muito mais abrangente, diz respeito ao todo nacional”, sublinhou o presidente da Comissão Organizadora do Congresso.

Para o vigário-geral da Diocese de Angra, que participou como conferencista neste Congresso, os Açores incluem-se e confirmam a dimensão internacional do culto ao Espírito Santo, que nasceu em Alenquer.

“Alenquer está sempre na nossa inspiração”, referiu cónego Hélder Fonseca Mendes à Agência ECCLESIA, acrescentando que “até há poucos anos era como um mito”.

Os Açores receberam o culto ao Espírito Santo nos finais do séc. XV, onde se manteve durante 500 anos até se expandir, nomeadamente pela diáspora açoriana.

“Nós podemos dar o contributo para o estudo do culto ao Espírito Santo de alguém que conserva essa tradição muito viva, no aspeto ritual e também espiritual, não só na letra mas também no Espírito, e ainda o aspeto da diáspora, pelo facto de a partir dos Açores ter ido para as comunidades pelo mundo”, sublinhou.

Para o presidente da Câmara Municipal de Alenquer, receber a terceira fase do Congresso Internacional do Espírito Santo foi uma “honra” e uma “responsabilidade”, comprovando que a localidade não é um “mito” ou uma “lenda”.

O culto ao Espírito Santo surgiu na cidade de Alenquer em 1321, quando foram criadas as primeiras festas pela Rainha Santa Isabel, após a chegada dos franciscanos à região, caraterizada desde as origens pela partilha de bens alimentares.

“Não sei se será um Congresso único, mas tenho a certeza que vai fazer a diferença porque o conteúdo que foi produzido vai ser importantíssimo para pensar e estudar a temática do Espírito Santo”, disse Pedro Folgado à Agência ECCLESIA.

“Estamos a contribuir para que se estude a temática do Espírito Santo”, sublinhou o presidente da Câmara de Alenquer.

PR

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