Publicações: Obra «Lugares Sagrados em Portugal», roteiro para as férias de verão

Projeto coordenado pelo historiador José Eduardo Franco

 Lisboa, 25 ago 2016 (Ecclesia) – A obra mais recente do investigador José Eduardo Franco, “Lugares Sagrados em Portugal”, dá a conhecer aos leitores alguns dos locais religiosos e devocionais mais significativos da cultura portuguesa, desde as pinturas rupestres de Foz Côa aos altares de Fátima.

“Nós procurámos nesta obra apresentar lugares sagrados dos diferentes pontos do país, das dioceses, dos diferentes espaços, não apenas templos, também dos arquipélagos da Madeira e dos Açores (…) decorrentes da importância histórica que tiveram, da antiguidade e também da monumentalidade”, explica o historiador em entrevista transmitida hoje no Programa ECCLESIA (RTP2).

No projeto, dividido em dois volumes, podemos encontrar não só locais de culto católicos como a Basílica da Estrela, em Lisboa, “o primeiro templo construído com evocação ao Sagrado Coração de Jesus no país”, mas também expressões de outras religiões, como “o Mosteiro Budista de Monchique”.

O trabalho de investigação abrangeu “desde as mais antigas” manifestações de espiritualidade, pré-cristãs, às experiências mais recentes que têm entrado em Portugal”.

“A escolha foi muito complexa, porque há centenas e centenas de lugares sagrados em Portugal, e só pudemos escolher cerca de 80”, explica José Eduardo Franco.

A obra ultrapassa o âmbito do local de culto para chegar a pontos que, pela sua grandeza, beleza e importância para o entendimento das origens do território nacional, são considerados “sagrados”, como a Serra da Estrela.

“A Serra da Estrela sempre foi, ao longo do processo de urbanização do território português, entendida pelas diferentes experiências religiosas que aqui se viveram como um lugar sagrado. A própria montanha transpira respeito, devoção, e foi também lugar de culto, desde tempos imemoriais”, recorda José Eduardo Franco.

Ao longo dos anos, naquele que é o ponto mais alto de Portugal continental, têm surgido diversas invocações religiosas, sobretudo ligadas a Nossa Senhora.

Desde a Nossa Senhora da Estrela (Penhas Douradas – Manteigas), à Nossa Senhora do Ar (na Torre – Seia) passando pela Nossa Senhora de Assedace (Folgosinho – Gouveia).

Entre outras, encontramos também expressões de devoção a São Lourenço (Manteigas), a Senhora do Desterro (São Romão – Seia) e à Senhora da Guia (em Loriga – Seia).

Segundo José Eduardo Franco, ao lermos a obra “Lugares Sagrados em Portugal”, tomamos consciência da importância que o religioso tem para a construção de cultura.

“De facto, a experiência religiosa que se traduz materialmente na construção de lugares sagrados, como espaços de sentido e de encontro com o transcendente, foram por excelência lugares de produção de cultura e de identidade dos povos”, assinala o historiador.

 “O sagrado está aí, precisa de ser compreendido, estudado e valorizado, mas fundamentalmente como fator de humanização que ele é na sua raiz profunda. Se o religioso for entendido como fator de humanização, como sempre foi, pode ter um papel relevante e realmente há uma procura crescente do religioso”, complementa.

“Lugares Sagrados de Portugal”, da editora Circulo de Leitores, uma proposta de cultura mas também de roteiro, que poderá ser feito “em família”, neste período de férias.

PR/JCP

Partilhar:
Scroll to Top
Agência ECCLESIA

GRÁTIS
BAIXAR