Eutanásia: Manifesto pela legalização chega à Assembleia da República com oposição da Igreja

Bispos divulgaram Nota Pastoral e conjunto de 26 questões em que se questiona «absurdo» de «direito» a morrer

Lisboa, 26 abr 2016 (Ecclesia) – O presidente da Assembleia da República vai receber hoje uma petição pública pela despenalização da eutanásia, matéria que merece uma forte oposição da Igreja Católica.

O texto da petição, dirigido à Assembleia da República e disponível na Internet, é o mesmo do manifesto assinado por mais de 100 personalidades da sociedade portuguesa que defendem esta legalização.

A 14 de março, o Conselho Permanente da CEP publicou a nota pastoral intitulada ‘Eutanásia: o que está em causa? Contributos para um diálogo sereno e humanizador’.

Na mesma altura, divulgou também um conjunto de 26 questões sobre temas ligados à eutanásia e ao fim da vida, acompanhando a Nota Pastoral, em que se questiona o “absurdo” de um “direito” a morrer.

Já na sua assembleia plenária de primavera, a CEP reforço esta posição de “total rejeição” de uma eventual legalização da eutanásia no país.

“A Assembleia reafirmou a total rejeição da eutanásia, que elimina a vida de uma pessoa, matando-a. A Igreja nunca deixará de defender a vida como bem absoluto para o homem, rejeitando todas as formas de cultura de morte”, refere o comunicado final da reunião, que decorreu entre 4 e 7 de abril.

O organismo máximo do episcopado católico em Portugal debateu o tema “a partir da recente nota pastoral do Conselho Permanente” da CEP, com o contributo de “alguns peritos na área do direito e da medicina”.

Para o episcopado português, é necessário promover uma “cada vez mais uma efetiva proximidade junto dos que mais sofrem” e intensificar “a rede de cuidados paliativos como direito para todos, os quais servem para ajudar a viver e fomentar a esperança”.

D. Manuel Clemente, presidente da CEP, lamentou a resposta "muito minoritária" em termos de cuidados paliativos, face às necessidades do país, sublinhando aos jornalistas que esta deve ser a "verdadeira frente de combate".

Para o cardeal-patriarca, importa recordar que o direito à vida é "inviolável", também do ponto de vista constitucional, lamentando que se elimine do "horizonte" a dimensão de sofrimento.

"Nós podemos usar muitos eufemismos, mas [a eutanásia] trata-se sempre de matar, de eliminar uma vida, mesmo que seja a pedido", referiu, em conferência de imprensa.

A Agência ECCLESIA criou uma página especial no seu portal de informação dedicada ao tema da eutanásia, em www.ecclesia.pt/eutanasia.

OC

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