Porto: Prior do Mosteiro de Bose diz que sem misericórdia a humanidade caminha para «barbárie»

Enzo Bianchi participou nas jornadas teológicas promovidas pela Faculdade de Teologia

Porto, 02 fev 2016 (Ecclesia) – O prior do Mosteiro de Bose (Itália), Enzo Bianchi, defendeu no Porto que a misericórdia é fundamental para que a humanidade evite a “barbárie”.

“Onde houver um caminho de humanização – humano, sem ser preciso sequer recorrer à fé cristã -, as obras de misericórdia corporais, espirituais, são necessárias. Quando são espezinhadas, abre-se caminho à barbárie”, disse Enzo Bianchi à Agência ECCLESIA.

O autor participou esta segunda-feira no arranque das jornadas anuais promovidas pelo núcleo regional do Porto da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa (UCP), que se prolongam até quinta-feira para debater a misericórdia, numa perspetiva teológico-pastoral.

Para o superior do mosteiro italiano de Bose, é na Bíblia que se encontra a fonte dessa misericórdia, porque “fala de um Deus misericordioso e compassivo”.

“Aquilo que a Bíblia quer apresentar é um Deus de misericórdia e de perdão, no qual a misericórdia vence sobre a justiça”, precisou.

Nesse sentido, deixa votos de que o Cristianismo e outras religiões saibam impedir “derivas de leituras fundamentalistas ou de leitura violenta”.

Enzo Bianchi sublinha depois a importância das obras de misericórdia, evocando o “rio de santos que mostram tê-las praticado” ao longo da história da Igreja Católica.

“Por vezes, nalgumas culturas, estas obras de misericórdia foram descuradas. Hoje penso na dificuldade que temos em realizar, sobretudo, a obra de misericórdia de dar uma casa ao estrangeiro, de hospedar o estrangeiro”, adverte.

Segundo o prior de Bose, a cultura europeia “tornou-se bárbara” e leva a “excluir”, nalguns casos.

 ‘Do Deus da Misericórdia à misericórdia de Deus’, é o tema central das Jornadas de Teologia 2016.

“Ao longo de quatro dias, são propostos momentos de reflexão sobre temas como o perdão e as obras de misericórdia, o pecador e a penitência, a misericórdia como critério moral e pastoral”, refere a organização do evento.

LFS/OC

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