Roma: Cardeal-patriarca apresentou a «espiritualidade mariana» do presbítero

D. Manuel Clemente interveio no simpósio da Congregação para o Clero

Roma, 20 nov 2015 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa assinalou que a “beleza da devoção mariana” tem de estar presente na formação dos padres católicos, durante um simpósio promovido pela Congregação para o Clero, da Santa Sé.

Na sua intervenção, D. Manuel Clemente destacou os Papas Paulo VI e João Paulo II que, “cada um a seu modo”, foram grandes figuras sacerdotais e pastorais deixando “marcas profundas em todos os que acolhíamos o seu testemunho e ensino”.

O responsável citou diversos documentos dos sucessores de São Pedro e afirmou que “retomar” nos seminários e na vida dos sacerdotes a sua substância – “bem como tudo quanto Bento XVI e Francisco lhes juntaram” – vai oferecer hoje o que ofereceram na altura.

“A evidência maternal de Maria e a vivência mariana do ministério, necessárias para receber e testemunhar o Evangelho de Cristo, em toda a sua verdade e beleza”, explicou na Universidade Urbaniana de Roma.

O seminário de dois dias, que terminou hoje, foi promovido pela Congregação para o Clero com o tema ‘Uma vocação, uma formação, uma missão. O caminho do discipulado do presbítero’, no 50.° aniversário do decreto ‘Presbyterorum Ordinis’, do Concílio Vaticano II.

Segundo o cardeal-patriarca, a apresentação do tema “Espiritualidade mariana do presbítero”, num perspetiva “experiencial e propositivo” permitiu-lhe rever a sua própria “vida cristã e sacerdotal em perspetiva mariana”.

D. Manuel Clemente teve “igualmente” presente os 25 anos em que colaborou como formador de futuros sacerdotes no Seminário Maior de Lisboa, com alunos de várias dioceses.

“Nos anos fundamentais da minha formação e das responsabilidades formativas no Seminário, o magistério mariológico e mariano do Beato Paulo VI e de São João Paulo II tiveram um papel muito determinante”, frisou.

Dos diversos documentos e contributos dos Papas, destacou que o Papa Beato Paulo VI em ‘Marialis Cultos’, de 1974, relembrou o “indispensável” lugar de Maria na vida cristã e como escreveu sobre os “vários pontos de doutrina e de culto, tradicionais e retomáveis”. 

De São João Paulo II, por exemplo, assinalou a “muito estimulante”, para todos os sacerdotes, “profundidade filial” com que o Papa polaco “viveu e fez viver a relação com Maria”.

“A beleza da devoção mariana confirma a verdade da herança de Cristo, que necessariamente a inclui”, assinalou D. Manuel Clemente, recordando que em Portugal, como noutros países, a devoção mariana e respetiva confiança filial “são geralmente absorvidas no ambiente doméstico”.

O secretário de Estado do Vaticano, no discurso de abertura do simpósio do Clero, assinalou que os documentos conciliares ‘Optatam Totius’ e ‘Presbyterorum Ordinis’ oferecem à Igreja uma “preciosa contribuição sobre a vocação sacerdotal e a identidade e missão dos sacerdotes”.

Para o cardeal Pietro Parolin há “necessidade” de reler o que os padres conciliares escreveram para “aprofundar o tesouro” dessas "pérolas" da formação sacerdotal à luz da história que se vive hoje.

CB/OC

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