Paris: Bispo de Angra incentiva Europa a afirmar «valores cristãos de diálogo» contra o «medo»

«Não podemos deixar de ser uma sociedade de acolhimento», disse D. António de Sousa Braga

Angra do Heroísmo, Açores, 16 nov 20915 (Ecclesia) – O bispo de Angra condenou os ataques terroristas em Paris e destacou que o momento é de “grande consternação” mas o “medo não deve fazer abdicar dos referenciais de liberdade”, diálogo e acolhimento.

“A nossa civilização baseada em valores cristãos apela ao diálogo e tem como pressuposto base a liberdade. É isto que tem de vencer e que nós temos de ter a capacidade de fazer vingar, não o ódio”, comentou D. António de Sousa Braga.

Em declarações ao portal diocesano ‘Igreja Açores’, o prelado assinalou que o terrorismo organizado se tem aproveitado desta abertura que “é um exemplo que deve ser mantido e não abandonado por causa do medo”.

“A Europa tem de ser capaz de manter estes valores, lutando e impedindo que outros atos terroristas possam pô-los em causa”, observou o bispo de Angra.

D. António de Sousa Braga assinalou o “momento de grande preocupação”, que põe em causa o modo de vida da Europa “como uma sociedade aberta” mas frisa que “não se deve desistir dos valores”.

“A nossa resposta tem que ser baseada no modelo cristão que sempre dominou o espaço europeu e sempre privilegiou a defesa da liberdade e das garantias dos cidadãos. Esta força não pode perder-se por causa do terror”, desenvolveu o bispo diocesano sobre um modelo de diálogo.

Para o prelado os atentados podem “comprometer” a disponibilidade de acolhimento dos milhares de refugiados na Europa, sobretudo os do Médio Oriente, e assinala que pode haver “tentação de fechar as fronteiras mas essa não é a solução do mundo cristão”.

“Tem de haver o bom senso, mesmo correndo alguns riscos, não podemos deixar de ser uma sociedade de acolhimento”, acrescentou, lamentando que a Europa “ainda não tenha sido capaz de ajudar” estes povos nos países de origem.

Neste contexto, D. António de Sousa Braga comentou que a Europa, “com a sua experiência e os seus valores”, tem de ser capaz de falar a uma só voz e conseguir ajudar esses países a alcançarem a paz ou a “alternativa” é “acolher refugiados”.

IA/CB

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Agência ECCLESIA

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