Bispo do Porto pede que acordos de financiamento sejam atempadamente cumpridos por parte do Estado
Lisboa, 09 fev 2015 (Ecclesia) – O bispo do Porto, D. António Francisco dos Santos, desafiou os professores de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) a ser “uma presença de qualidade e excelência” nas escolas.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, durante um encontro de formação para docentes da disciplina, que decorreu em Alfragide, o vogal da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé frisou a importância de quem trabalha nesta área “ir ao encontro das expetativas das famílias e dos alunos”.
O prelado recordou ainda o papel do Estado junto das escolas católicas, lamentando que nem sempre os acordos de financiamento sejam atempadamente cumpridos.
“Quando faltam os financiamentos, quando as situações se tornam irregulares e instáveis, isso não ajuda o bem dos alunos, e é por eles que a escola existe”, apontou.
Entre sexta-feira e domingo, professores de EMRC vindos de todo o país, em conjunto com representantes dos diversos secretariados diocesanos, estiveram reunidos para uma ação de formação sobre o tema "«A partir do coração do Evangelho» – Hermenêutica do programa, instrumento de formação do professor reflexivo".
Para D. António Francisco dos Santos, o novo programa está “muito inserido no contexto da cultura da escola em Portugal” e permitirá também responder aos “desafios destes tempos lançados à Igreja”.
O bispo do Porto destacou a necessidade de os docentes se sentirem cada vez mais como membros de “pleno direito” das escolas, “com iguais responsabilidades e ao mesmo tempo com um contributo único e imprescindível no bem das escolas e na formação dos alunos”.
A ação de formação, orientada para a preparação do próximo Fórum de EMRC, no próximo mês de maio em Fátima, contou com uma conferência do superior provincial da Companhia de Jesus.
Tendo como ponto de partida o tema “EMRC, profecia e dom: um jeito de ser Igreja”, o padre José Frazão Correia salientou que a Educação Moral e Religiosa Católica “deve estar na escola como uma minoria qualificada e qualificadora” capaz de “gerar o diálogo e apontar caminhos para as grandes questões humanas”.
“Não tenham medo de ser minoria, como Igreja e disciplina” mas “retirem toda a força dessa possibilidade”, para “marcar a diferença”, pediu o sacerdote aos professores.
Quanto ao novo programa da disciplina, o responsável jesuíta mostrou-se convencido de que ele ajudará os docentes de EMRC a serem “fermento na massa e sal na terra”, numa sociedade que já não “olha a Igreja como, à priori, uma voz de autoridade”.
HM/JCP/Educris