Vida Consagrada: Congregações chamadas a olhar mais «para fora»

Irmã Isabel Rodrigues alerta para o perigo de «cada comunidade ficar no seu mundinho»

Fátima, Santarém, 02 fev 2015 (Ecclesia) – A irmã Isabel Rodrigues, formadora da congregação das Servas de Nossa Senhora de Fátima, considera o Ano da Vida Consagrada “um dom” que ajudará a vida religiosa a “aproximar-se” mais da sociedade.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, esta responsável salienta a necessidade dos vários institutos do país olharem mais “para fora”, quer para “os que se aproximam” quer para “os que se afastam da Igreja”, e identificarem as interpelações que estas pessoas estão a colocar.

“E isso requer pormo-nos em comum, que cada comunidade não fique no seu mundinho pequeno, mas que se ponha também em relação”, sublinha.

A falta de novas vocações deve constituir uma forte interrogação, mas não por uma questão de números, ainda que isso implique “deixar de fazer muitas coisas porque humanamente não se podem fazer”. 

“A salvação do mundo não depende das muitas coisas, depende da intensidade do amor que podemos nelas”, sustenta a irmã Isabel Rodrigues, recordando o ideal de Luiza Andaluz, fundadora das Servas de Nossa Senhora de Fátima.

O ponto principal é que só os jovens permitem “renovar” esta “forma de seguimento de Jesus que é a Vida Consagrada” e adequá-la às “necessidades de cada tempo”.

“Mais do que ninguém, os jovens têm a perceção das necessidades de hoje, eles têm um contributo muito importante a dar à vida religiosa”, acrescenta a irmã Isabel Rodrigues.

Num dia em que a Igreja Católica encerra a “Semana do Consagrado” 2015, a irmã Isabel Rodrigues frisa da importância dos religiosos “agarrarem o presente com paixão mas também com o sofrimento que isso comporta”, sem “ilusões” nem “idealismos”.

Isto implica também saber lidar com o envelhecimento dos diversos institutos, uma realidade que não pode ser posta de lado, “como se não existisse”.

“A maior parte dos nossos irmãos e irmãs estão velhinhos e temos de cuidar deles, deixar que eles também nos transmitam a riqueza da sua experiência, da sua sabedoria”, conclui a religiosa.

JCP

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