Primeira etapa da passagem por Istambul marcada pela atenção ao mundo islâmico
Istambul, Turquia, 29 nov 2014 (Ecclesia) – O Papa Francisco visitou hoje a Mesquita Azul, em Istambul, no segundo dia da sua visita à Turquia, onde esteve em silêncio durante mais de um minuto, de cabeça baixa, acompanhando a oração do grão-mufti.
À entrada, em sinal de respeito, o Papa tirou os sapatos, como fazem todos os que ali entram.
Francisco tinha deixado Ancara rumo a Istambul, num voo de uma hora, e repetiu a visita feita pelo Papa emérito Bento XVI em novembro de 2006 à Mesquita e, posteriormente, a Santa Sofia, local que já foi a maior catedral do Cristianismo, posteriormente transformada em mesquita e que hoje é um museu.
A Mesquita Azul foi construída em frente a Santa Sofia, entre 1609 e 1616, e é conhecida pelo nome do sultão Ahmet, que a mandou edificar.
O nome de Mesquita Azul deve-se aos painéis de azulejos do século XVII.
O Papa repetiu o gesto do seu predecessor e manteve-se em "adoração silenciosa", virado para Meca, referiu o porta-voz do Vaticano.
Francisco disse ao mufti que os crentes não devem apenas "glorificar e louvar a Deus", mas acima de tudo "adorá-lo".
Tal como Bento XVI, o Papa Francisco não pronunciou qualquer discurso no local de culto islâmico, seguindo, com a ajuda de um intérprete, a visita guiada e agradecendo o presente que lhe foi oferecido, um azulejo com uma flor, simbolizando o Islão.
A visita foi acompanhado de perto pelos mais de 900 meios de comunicação social acreditados para esta viagem pontifícia e por um forte aparato policial.
O Papa desloca-se hoje num carro de gama média e tem sido saudado por algumas centenas de pessoas no seu percurso e junto dos locais onde parou.
Em Santa Sofia, Francisco assinou o Livro de Ouro deste edifício, património mundial da UNESCO.
O Papa escreveu em latim e grego: "Quam dilecta tabernacula tua Domine (quão amáveis são os teus tabernáculos, Senhor)" e "Αγ?α Σοφ?α του Θεο?" (Santa sabedoria de Deus).
Francisco dirigiu-se depois de automóvel para a representação pontifícia, em Istambul, onde foi recebido por cerca de 50 representantes das comunidades católicas latina, arménia, síria e caldeia.
De tarde, o Papa vai presidir à Missa na Catedral do Espírito Santo, a única celebração com a comunidade católica local (16h00, menos duas em Lisboa), durante a qual se vai rezar pelos refugiados que foram “obrigados a fugir de situações de grave perigo”.
O programa do segundo dia de viagem vai concluir-se com uma oração ecuménica na igreja patriarcal de São Jorge (18h15), do Patriarcado de Constantinopla (Igreja Ortodoxa) e um encontro privado com o seu líder, Bartolomeu I.
A sede do Patriarcado Ecuménico está situada no antigo bairro grego de Istambul, no Fanar.
OC