Vaticano: Papa tem um «plano» para o Extremo Oriente com porta aberta para a China

D. José Saraiva Martins destaca impacto positivo da viagem de Francisco à Coreia do Sul

Lisboa, 21 ago 2014 (Ecclesia) – O cardeal português D. José Saraiva Martins disse à Agência ECCLESIA que a viagem do Papa à Coreia do Sul vai ficar na “história” das relações entre a Igreja Católica e o Extremo Oriente, em particular a China.

“O Papa tem um plano para o Extremo Oriente”, refere o responsável, para quem Francisco pode ajudar a “mudar a perceção” do executivo de Pequim sobre a Santa Sé e a Igreja Católica.

O cardeal recorda que a China felicitou o Papa Francisco após a sua eleição, em março de 2013, numa mensagem em que se pedia a diminuição dos “obstáculos” para o estabelecimento de relações bilaterais, interrompidas há mais de seis décadas.

D. José Saraiva Martins destaca a troca de correspondência do pontífice argentino com o presidente chinês, Xi Jinping, que assumiu o cargo a 14 de março de 2013.

“A China é fundamental no futuro da sociedade e também no campo religioso, no campo eclesial; tem um papel muitíssimo importante na Igreja Católica”, refere.

Francisco tornou-se no último dia 14 o primeiro Papa a sobrevoar o espaço aéreo chinês, na sua viagem a caminho da Coreia do Sul, e referiu-se a este facto no voo de regresso a Roma, esta segunda-feira, em conferência de imprensa, explicando que se encontrava no cockpit, junto dos pilotos, quando isso aconteceu.

“Depois despedi-me deles, voltei para o meu lugar e rezei intensamente pelo grande e nobre povo chinês, um povo sábio. Penso nos grandes sábios chineses, uma história de ciência, de sabedoria, incluindo os jesuítas – fizemos história lá, com padre Ricci. Tudo isto me veio à mente”, relatou.

O Papa disse que iria à China de imediato, se surgisse essa oportunidade, confessando uma “uma verdadeira estima pelo povo chinês”.

Em janeiro de 2015, Francisco vai regressar à Ásia para visitar as Filipinas e o Sri Lanka, “duas Igrejas muito importantes” do continente, como assinala D. José Saraiva Martins.

O prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos espera que o Papa ajude a evitar “conflitos por motivos religiosos”, como os que levaram, no passado, ao martírio de milhares de cristãos na Ásia.

O cardeal português recorda que Francisco tem proposto uma “Igreja dinâmica”, capaz de estar “próxima dos fiéis”, o que demonstrou com a recente viagem “missionária, apostólica, evangelizadora” à Coreia do Sul.

PR/OC

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