Açores: Bispo de Angra reconhece lacunas na «formação dos padres, sacerdotes e leigos»

Angra do Heroísmo, Açores, 30 jun 2014 (Ecclesia) – O bispo de Angra, D. António de Sousa Braga, assinalou hoje 18 anos de episcopado com uma análise aos principais desafios que têm marcado o seu percurso pastoral junto das comunidades açorianas.

Em declarações ao serviço diocesano de informação, o prelado apontou a “formação dos padres, dos religiosos e dos leigos” do Arquipélago dos Açores como “a maior fragilidade” da sua missão.

“Fizemos algumas coisas mas para além de insuficientes não foram bem avaliadas. Não podemos continuar a fazer só por fazer”, sublinha D. António de Sousa Braga.

Em relação à formação de novas vocações, ainda em abril deste ano o prelado promoveu uma visita ao Seminário Episcopal de Angra, que no universo das nove ilhas que compõem o Arquipélago é a única instituição responsável pela preparação dos sacerdotes.

A visita teve como objetivo realizar uma análise cuidadosa à oferta formativa do Seminário, tendo em vista o seu futuro.

Uma das principais pechas da instituição é que não tem ainda o seu plano de estudos reconhecido pela Universidade Católica Portuguesa, pelo que o curso não confere a quem é ordenado o grau de licenciatura.

Assim, os candidatos ao sacerdócio que pretendam completar o seu percurso académico têm de recorrer a outras instituições, fora da região.

Esta situação não afeta apenas a educação dos seminaristas, pois a expectativa de D. António de Sousa Braga é abrir cada vez mais o Seminário à formação superior dos leigos. 

Ainda no que toca aos leigos, o responsável católico frisa que a pastoral católica na região não pode apoiar-se apenas na “religiosidade popular”.

“Há que apostar numa luz nova, sempre próxima do Evangelho para que, também na religiosidade popular, não se perca o essencial e esse é o papel que cabe à igreja, a todos nós”, advoga.

Nesta entrevista de balanço aos últimos 18 anos de serviço, o bispo de Angra mostra-se empenhado em fazer uma análise à “realidade insular”, conhecer as “respostas” pastorais que estão a ser dadas às populações, “avaliar a eficácia” delas e defender “com coragem” as comunidades mais desprotegidas.

O prelado frisa que “este trabalho tem de ser feito imediatamente”, pois ele poderá fornecer “pistas” para o Sínodo da Diocese de Angra, previsto para “daqui a seis anos”.

D. António de Sousa Braga foi nomeado bispo pelo Papa João Paulo II e ordenado em 1996 na Sé de Angra, numa celebração presidida por D. Aurélio Granada Escudeiro.

GIDA/JCP

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Agência ECCLESIA

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