Missionário português destaca «exuberante alegria» de população à espera que o Papa reze pela reunificação da península
Seul, 25 mar 2014 (Ecclesia) – O padre português Álvaro Pacheco, missionário na Coreia do Sul, revelou à Agência ECCLESIA que o país espera a visita do Papa Francisco, entre 14 e 18 de agosto, com “exuberante alegria e satisfação”.
“A reação à notícia confirmativa desta visita foi de exuberante alegria e satisfação por parte de todos os coreanos, católicos e não-católicos, pois 25 anos é muito tempo e porque o Papa é uma figura muito estimada por todos aqui”, refere o religioso dos Missionários da Consolata.
O sacerdote português espera que o Papa reze também pela reunificação das duas Coreias, “um tema sobre o qual a Igreja sul-coreana tem repetidamente mostrado particular interesse e dedicação”.
Segundo D. Pedro Kang Uh-il, presidente da Conferencia Episcopal, esta visita irá contribuir para a paz na península coreana.
A viagem que o Papa Francisco fará à Coreia do Sul é a primeira de um pontífice desde que João Paulo II ali esteve em 1989, aquando do Congresso Eucarístico Internacional.
“A visita representa uma vitória da diplomacia católica sul-coreana, a qual tentou ao longo destes anos que o Papa visitasse a Coreia, uma nação onde a Igreja Católica se vangloria de ter no sangue de milhares de mártires o seu início, a sua força e dinamismo”, sublinha o missionário português.
O padre Álvaro Pacheco recorda, a este respeito, que um dos motivos pelos quais o Papa Francisco visitará a Coreia é a beatificação de 124 mártires: Paulo Yun Ji-chung dos seus 123 companheiros, mortos durante uma perseguição contra os cristãos em finais do século XVIII.
A terceira viagem internacional do pontificado foi marcada por ocasião do sexto encontro da Juventude Asiática, que vai decorrer entre 10 e 17 de agosto, na Diocese de Daejeon.
O padre Álvaro Pacheco entende que esta é “uma ocasião que suscita particular interesse por parte do Papa, o qual tinha já expresso um amor e carinho especiais pela juventude durante a Jornada Mundial da Juventude, realizada o ano passado no Rio de Janeiro”.
No contexto asiático, a Igreja na Coreia do Sul é a terceira mais forte, depois das Filipinas e Vietname, facto sublinhado pela recente criação de um novo cardeal, D. André Yeom Soo-jung, arcebispo de Seul.
“O anúncio da visita do Papa representa uma injeção de entusiasmo e motivação sem precedentes na Igreja deste país, a qual tem sentido um declínio no que respeita à vitalidade e influência na vida da Coreia em geral e dos católicos em particular. Mais ainda: esta visita coloca de novo a Coreia no centro do mundo, pois cada visita papal é considerada um acontecimento de importância global”, conclui o missionário português.
OC