Capelania mostra-se preocupada com clima de instabilidade e violência
Lisboa, 23 jan 2014 (Ecclesia) – A Capelania dos Imigrantes Ucranianos Católicos de Rito Bizantino em Portugal emitiu um comunicado, enviado hoje à Agência ECCLESIA, no qual pede orações pela paz na Ucrânia, que há 2 meses vive um clima de manifestações.
O padre Ivan Hudz, coordenador nacional da capelania, apela a “uma corrente de oração que reflita uma verdadeira comunhão entre a Igreja de Portugal e da Ucrânia” para que assim, “unidos pela oração, seja feita a denúncia desta situação opressiva e injusta que fustiga o povo ucraniano”.
“Desde há dois meses que o povo ucraniano se tem vindo a manifestar no sentido de reivindicar a paz e o respeito pelos direitos humanos, sociais, culturais e religiosos, que permitam a promoção de uma vida melhor na Ucrânia”, mas “a única coisa que o governo tem feito, até ao presente, foi ordenar uma repressão violenta das forças policiais e de segurança contra os cidadãos ucranianos, tendo já, vitimado 5 cidadãos”, lamenta a comunidade ucraniana em Portugal.
“Devido a estes acontecimentos e havendo em Portugal uma grande Comunidade Ucraniana, partilhando não apenas o espaço geográfico comum mas, acima de tudo, uma pertença aos valores universais do Cristianismo, atendendo a esta comum partilha de fé em Cristo, é com extremo respeito que vimos pedir-lhe, em nome da Capelania e do povo ucraniano, alguma iniciativa de oração e comunhão com a Comunidade Ucraniana residente em Portugal, nestes dias que queremos que sejam de oração pela Paz na Ucrânia”, refere o comunicado.
A Ucrânia tem sido palco desde há cerca de dois meses de manifestações, suscitadas pela decisão do seu presidente, Viktor Ianukovitch, de suspender os preparativos para a assinatura de um acordo com a União Europeia e optar por estreitar os laços comerciais com a vizinha Rússia.
“Os cristãos, mais do que nunca, devem ter plena consciência da sua identidade histórica, e devem procurar viver uma fidelidade radical aos ensinamentos do Evangelho, expressos em valores como a paz, a caridade e a denúncia de situações de opressão e de injustiça”, conclui o comunicado da coordenação da Capelania dos Imigrantes Ucranianos Católicos de Rito Bizantino em Portugal.
Os protestos, os maiores desde a Revolução Laranja de 2004, agravaram-se depois da aprovação pelo parlamento local de legislação que limita o direito à manifestação e reforça as sanções contra os protestantes.
MD/OC