Beja: Bispo convida a debater papel dos seminários

Estruturas devem evitar ser «fechadas e intocáveis» para estar em relação com a sociedade

Beja, 06 nov 2013 (Ecclesia) – D. António Vitalino, bispo de Beja, considera que a Semana dos Seminários, com início neste domingo, é “a altura” para questionar o seu papel na “vida da Igreja e da sociedade”.

“As comunidades dos seminários não se podem fechar em si mesmas. Precisam da relação com as comunidades reais e estas também de se relacionar com os seus seminários”, analisa, na sua nota semanal, recebida pela Agência ECCLESIA.

O bispo diocesano alerta para que os formadores, os párocos e mesmo demais prelados, “precisam de estar atentos” para que nos seminários “se cultive” a formação em contacto com outras realidades porque se “ouvem queixas acerca do clero jovem”: “Acusa-se de individualista, ditador, fechado numa liturgia ritualista, com relações humanas deficientes”.

A Semana dos Seminários celebra-se com o tema ‘Para que Cristo se forme em nós’ de 10 a 17 novembro.

Para que esta realidade seja diferente, D. António Vitalino adverte que se deve cultivar uma relação humana, orante, de entreajuda” mas “também económica” entre a Igreja, as comunidades cristãs e os formadores procurando “os melhores meios” para formar os futuros sacerdotes na “atenção aos pobres e aos pecadores”.

“Também em relação aos seminários se pode aplicar a norma de que precisam de reforma constante, não fazendo deles estruturas fechadas e intocáveis”, considera o bispo de Beja recordando que os seminários surgiram como “imposição” do Concílio de Trento, no século XVI, o movimento da Contra-Reforma.

Segundo D. António Vitalino, num exercício de memória mais recente, comenta que no passado “muitos jovens iam para os seminários”, alguns em fases “adiantadas dos estudos” abandonavam o seminário mas “ainda hoje se ouve que foram beneficiados com a educação recebida”.

CB

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