A juventude na época conciliar

Quando se aproxima a realização de mais umas Jornadas Mundiais da Juventude, este ano no Rio de Janeiro – Brasil, e no ano em que se comemora o cinquentenário do II Concílio do Vaticano (1962-65) convém recordar uma frase proferida por D. Manuel Almeida Trindade: “A juventude é a negação do cepticismo, das acomodações, das contemporizações, às vezes até da prudência, mesmo quando esta é virtude cardeal”.

Quando se aproxima a realização de mais umas Jornadas Mundiais da Juventude, este ano no Rio de Janeiro – Brasil, e no ano em que se comemora o cinquentenário do II Concílio do Vaticano (1962-65) convém recordar uma frase proferida por D. Manuel Almeida Trindade: “A juventude é a negação do cepticismo, das acomodações, das contemporizações, às vezes até da prudência, mesmo quando esta é virtude cardeal”.

O padre conciliar e antigo bispo de Aveiro referiu nessa conferência, em Agosto de 1963, no encerramento da «II Semana de Estudos Missionários», que a “Igreja precisa dos jovens” e que foi “numa cristandade jovem que surgiu pela primeira vez a ideia missionária”.

Para D. Manuel Almeida Trindade, na conferência «A missão dos jovens e a catolicidade da Igreja», na referida semana, que “mal vai a juventude quando ela deixa extinguir dentro de si a ânsia de progresso, de enobrecimento e de ideal” porque esta camada populacional “é a esperança de todos os movimentos, qualquer que seja a sua natureza, e de todas as sociedades: da sociedade política como da sociedade eclesial”.

Já na década de 60 do século anterior, o prelado aveirense fazia referência às «verdades enlouquecidas». “Todos nós sabemos a fascinação que elas exercem sobre o coração dos jovens, atraídos pelo ideal da justiça, da fraternidade universal e pela miragem de um «corpo místico» e dum messianismo, que os postulados materialistas e ateus convertem numa autêntica «anti-igreja»”.

Perante esses caminhos nebulosos, o padre conciliar aconselha: “não há caminho de libertação para os jovens seduzidos ou tentados pela mística da «anti-Igreja» senão pregar-lhes a mística da Igreja”. Quando um jovem acaba por descobrir a igreja e “viver nela, explode dentro dele a preocupação missionária”.

Passados 50 anos do início da grande assembleia eclesial, convocada pelo papa João XXIII, é tempo de reforçar as palavras de D. Manuel Almeida Trindade “mais do que a Divina Comédia, a Igreja é o grande «Poema»” (falo de poema, no sentido etimológico da palavra) e que coloca a mão no céu e na terra. Neste sentido é lícito associar a missão dos jovens e construção da Igreja.

O catolicismo anda à busca da catolicidade; “não o faz, porém, sem dores, sem esforço e sem luta”, sublinhou o prelado de Aveiro. A história da Igreja é, fundamentalmente, a história desta busca e desta luta. “Drama gigantesco em que têm um papel a desempenhar os homens todos”, acrescenta.

Ao responder à questão «Que é a catolicidade?», o padre conciliar elucidou os presentes na II Semana de Estudos Missionários, realizada na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, (Ver: Revista «Estudos», Nº 419, Julho 1963) que nem a palavra «católico» nem os seus derivados «catolicismo» e «catolicidade» se encontram nos textos inspirados. A primeira vez que a palavra «católico» apareceu em escritos cristãos é na carta de Santo Inácio de Antioquia aos habitantes de Esmirna. Depois de Santo Inácio, a palavra vai-se tornando cada vez mais frequente na linguagem dos escritores eclesiásticos e os sentidos que nela estão implícitos vão-se patenteando à luz da reflexão teológica.

Nas Jornadas Mundiais da Juventude deste ano, no Rio de Janeiro, os jovens vão mostrar que o catolicismo está vivo, tal como nas primeiras comunidades cristãs.

LFS

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