Património: Governo declara igreja matriz de Grândola monumento de «interesse público»

Classificação, publicada no «Diário da República», é atribuída a quatro edifícios da Igreja Católica

Lisboa, 09 abr 2013 (Ecclesia) – A igreja matriz de Grândola integra um conjunto de quatro edifícios religiosos de génese cristã que o Governo declarou monumentos de “interesse público”, revela a edição de hoje do ‘Diário da República’.

Situada na Praça Marquês de Pombal, a igreja “foi fundada em finais do século XIV ou inícios da centúria seguinte, sendo então uma capela dedicada a Nossa Senhora da Abendada”, refere o texto da portaria n.º 192/2013.

A povoação grandolense, “sita numa encruzilhada de caminhos e rodeada de terras férteis, conheceu assinalável desenvolvimento no século XV, levando a Ordem de Santiago, senhora de grande parte do Alentejo Litoral, a escolhê-la como cabeça de uma importante comenda”, explica a página da paróquia pertencente à Diocese de Beja. 

“Da última reforma resultou a ampliação do templo e a alteração do orago, que passou para Nossa Senhora da Assunção. As diversas campanhas que se sucederam entre os séculos XVII e XVIII recaíram essencialmente sobre a decoração e património integrado”, lê-se no “Diário da República”.

A “simplicidade e austeridade da estrutura chã”, continua o texto, conjuga-se com a “relativa riqueza do interior”, onde se destaca o silhar de azulejos de padrão da nave, os revestimentos cerâmicos e a “talha dourada barroca de estilo nacional dos altares laterais e dos retábulos que flanqueiam a capela-mor”.

A portaria realça igualmente o “retábulo-mor de características neoclássicas”, bem como o “Pentecostes da capela-mor, da autoria do pintor maneirista Fernão Gomes, executado em finais do século XVI”.

A igreja localizada no Distrito de Setúbal tem recebido nos últimos anos concertos do Festival de Música Sacra Terras Sem Sombra, cuja edição de 2013 é apresentada hoje em Lisboa.

As igrejas de São Gregório, no Concelho de Arraiolos, e de São Francisco do Monte, a par dos vestígios do mosteiro com o mesmo nome, ambos em Orgens, Concelho de Viseu, passam também a integrar a lista de monumentos de “interesse público”.

A classificação estende-se à ermida, Casa dos Romeiros e Fonte de Nossa Senhora da Graça, na Herdade da Badoca, Concelho de Grândola, indica o jornal oficial do Estado Português.

Na última sexta-feira o “Diário da República” publicou portarias que elevaram 10 edifícios da Igreja Católica à mesma categoria.

O artigo 17.º da lei de bases do património (n.º 107/2001, de 8 de setembro) prevê que a classificação de um imóvel tenha em conta critérios relativos ao “caráter matricial do bem, ao seu interesse como testemunho simbólico e religioso, ao seu valor estético, técnico e material intrínseco e à sua conceção arquitetónica, urbanística e paisagística”.

Um bem considera-se de interesse público “quando a respetiva proteção e valorização represente um valor cultural de importância nacional”.

OC/RJM

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Agência ECCLESIA

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