Pastoral na praia

Duas das praias mais emblemáticas da diocese de Aveiro (Barra e Costa Nova) recebem muitos veraneantes na época balnear o que obriga estas paróquias a alterar os horários das suas iniciativas pastorais “Não existem atividades específicas para este tempo, mas horários mais alargados, como o atendimento do pároco e celebrações com outros horários”, disse à agência ECCLESIA o padre Ângelo Silva, pároco das duas paróquias.

Há pouco tempo nestas duas localidades da diocese, o padre Ângelo Silva reconhece que as atividades estão mais centradas na ida das pessoas ao encontro do pároco e não o inverso porque “não tenho disponibilidade para mais”.

Se as duas paróquias do concelho de Ílhavo têm poucos residentes durante os restantes meses do ano, na altura do verão “o número sobe razoavelmente”, frisou e acentuou: “temos poucos agentes de pastoral”.

Nesta época do ano, os habitantes estão “empenhados noutras atividades: cafés, restaurantes, pesca e da apanha do isco”, esclareceu o padre Ângelo Silva que é também diretor espiritual do Seminário de Santa Joana Princesa.

Pastoralmente, existe “muita dificuldade na mobilização das pessoas”, lamentou.

Apesar do tempo faltar, o padre Ângelo Silva não recusa um café com os jovens conhecidos e, uma ou outra vez, “calca” a areia, disse.

A poucos quilómetros do centro da diocese, cidade cheia de apelos culturais e que recebe muitos veraneantes do estrangeiro, o pároco da Costa Nova e da Barra disse que “não existem celebrações noutros idiomas”, mas reconhece que “existe um grande número de espanhóis”.

Na Costa Nova, a igreja fica junto à praia e uma grande parte das pessoas que se desloca para o areal passa no adro da igreja, mas o mesmo não acontece com a Igreja da Barra que fica situada junto ao parque de campismo.

Devido à localização das igrejas, o padre Ângelo Silva confessa que nunca sentiu “necessidade de colocar a informação dos horários das missas junto ao areal”.

A paróquia da Costa Nova tem um grupo de escuteiros marítimos que realiza “muitas atividades neste tempo” e, especialmente ao sábado à tarde, “prestam alguns serviços voluntários: atravessar a ria ou ensinar os mais novos a nadar”.

Os restantes jovens das paróquias “andam muito ocupados” e concretiza: “Na Costa Nova a juventude começa a trabalhar muito cedo para ganhar algum dinheiro”.

Com um ambiente “mais citadino”, a juventude da Praia da Barra está de férias na praia que os viu nascer ou então vão para outras paragens com os familiares.

Quando D. António Marcelino era o titular da diocese de Aveiro realizavam-se conferências nas várias instâncias balneares da região, “um hábito que se perdeu”, referiu o padre Ângelo Silva que, na altura, era pároco da Torreira e São Jacinto.

Uma atividade inovadora “que chamava as pessoas e elas gostavam”, confidenciou e acrescenta: “O bispo atual fez outras opções pastorais”.

Como no próximo ano, a diocese está em ambiente jubilar (75 anos da restauração) o verão “será diferente: Uma cristoteca (espécie de discoteca noturna com música de mensagem) na Costa Nova e uma tenda de oração na Praia da Barra”.

 LFS

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