Igreja/Desporto: Vaticano apresenta novo departamento em defesa do «humanismo»

Presidente do Conselho Pontifício da Cultura pede «catarse» no mundo desportivo

Cidade do Vaticano, 14 jun 2012 (Ecclesia) – O Vaticano apresentou hoje o novo departamento ‘Desporto e Cultura’, procurando oferecer um “humanismo renovado” e aproximar a Igreja do fenómeno desportivo.

A estrutura insere-se no Conselho Pontifício da Cultura (Santa Sé), cujo presidente defendeu a necessidade de uma catarse contra as degenerações”, no desporto, “a fim de voltar a ser um fenómeno cultural significativo”.

O cardeal Gianfranco Ravasi destacou que o departamento se insere no trabalho de outros organismos da Santa Sé que procuram unir a Igreja ao mundo desportivo.

O objetivo é “definir novas linhas de abordagem cultural do fenómeno desportivo, destinadas a identificar no desporto o ‘lugar’ privilegiado do diálogo entre a Igreja, a cultura e o mundo juvenil, e um novo areópago de encontro entre crentes e não-crentes, no espírito do ‘átrio dos gentios’”, revela a edição de sexta-feira do jornal do Vaticano, ‘L’Osservatore Romano’, disponível na internet.

Os responsáveis do Conselho Pontifício da Cultura (CPC) consideram que, do ponto de vista da Igreja Católica, “o mundo do desporto exige um olhar atento que procure identificar as dinâmicas e os valores dos quais é portador, antes de o condenar como um fenómeno degenerado”.

“Antes de falar ao mundo do desporto, é necessário ouvi-lo e procurar entendê-lo. Por isso, o departamento não procurará apenas falar ao mundo do desporto, mas também transmitir à Igreja o eco das grandes aspirações culturais deste mundo, aprofundando as suas expectativas contemporâneas e explorando novos caminhos de diálogo cultural com os seus protagonistas”, pode ler-se.

A nova estrutura procura “promover o encontro entre a mensagem salvífica do Evangelho e o mundo do desporto para que este se abra cada vez mais à fé cristã, criadora de cultura”.

O CPC promoveu esta manhã o congresso ‘Um desporto para o homem aberto ao Absoluto’, em colaboração com o Conselho Pontifício para os Leigos, através da secção ‘Igreja e Desporto’, e da Fundação João Paulo II.

Em declarações à Rádio Vaticano, o cardeal Ravasi admite não ser um ‘tifoso’, admitindo, no entanto, que o fenómeno desportivo é “significativo por causa das reações que gera”.

“Devemos procurar que regresse a ideia do gratuito, isto é, a livre criatividade do jogo em todo o seu esplendor”, observa.

OC

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Agência ECCLESIA

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