Vaticano: Comissão de cardeais vai investigar fuga de documentos

Iniciativa de Bento XVI quer identificar quebras no «segredo profissional»

Cidade do Vaticano, 26 abr 2012 (Ecclesia) – Bento XVI constituiu uma comissão de cardeais para investigar a fuga de documentos internos do Vaticano para a comunicação social nos quais se referem, entre outras matérias, alegadas práticas de corrupção e má gestão.

“Após a recente divulgação, nas televisões, nos jornais e outros meios de informação de documentos que estavam ao abrigo do segredo profissional, o Santo Padre determinou a constituição de uma comissão cardinalícia, para indagar com propriedade e lançar luz sobre os referidos atos”, anunciou esta quarta-feira a Secretaria de Estado do Vaticano, em nota oficial.

A comissão vai atuar “a todos os níveis” com mandato do Papa e é constituída pelos cardeais Julián Herranz, que a preside, Jozef Tomko e Salvatore De Giorgi.

A primeira reunião decorreu na terça-feira, para “estabelecer o método e o calendário dos trabalhos.

D. Julián Herranz, de 82 anos, nasceu em Espanha e foi presidente do Conselho Pontifício para a Interpretação dos Textos Legislativos, um organismo da Santa Sé.

O porta-voz do Vaticano aludiu em fevereiro a estas fugas de documentos que considerou destinadas a “criar confusão” e deixar “sob suspeita” o Vaticano e o governo da Igreja Católica.

“Nestes tempos devemos manter a calma, porque já ninguém se admira com nada. A administração americana viveu o caso ‘wikileaks’, agora tocou ao Vaticano ter os seus ‘leaks’”, assinala o padre Lombardi, em nota divulgada pelo portal de notícias news.va.

Em causa, entre outros, estão acusações de corrupção contra o Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano e o Instituto para as Obras Religiosas (conhecido como o banco do Vaticano), na imprensa italiana, que falou ainda de um alegado complô destinado a assassinar Bento XVI, assunto que o porta-voz do Vaticano qualificou como “delírio”.

O padre Lombardi afirma que os alguns dos documentos difundidos recentemente tendem a “desacreditar” um “sério esforço para garantir uma verdadeira transparência no funcionamento das instituições do Vaticano, também do ponto de vista económico”.

OC

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