Bento XVI/África: Igreja deve promover democracia, diz o Papa

Ajudá, Benim, 18 nov 2011 (Ecclesia) – Bento XVI defendeu hoje a presença dos católicos africanos na “formação cívica dos cidadãos” e no acompanhamento dos processos eleitorais para consolidar uma cultura democrática

A Igreja em África, assinala o Papa na exortação apostólica pós-sinodal ‘Africae Munus’, ‘O serviço da África’, assinada ao início da tarde em Ajudá, Benim, deve estar “nas situações onde a humanidade conhece o sofrimento e fazer-se eco do grito silencioso dos inocentes perseguidos ou dos povos cujos governantes, em nome de interesses pessoais, hipotecam o presente e o futuro”.

“Unido ao seu Mestre, o discípulo de Cristo deve contribuir para formar uma sociedade justa, onde todos possam participar ativamente com os seus talentos na vida social e económica”, indica.

A exortação apostólica pós-sinodal encerra o processo da II Assembleia Especial para África do Sínodo dos Bispos, que decorreu no Vaticano, em outubro de 2009, sobre os temas da justiça, da paz e da reconciliação.

O Papa sublinha que “as eleições constituem um espaço de expressão da escolha política dum povo e são o sinal da legitimidade para o exercício do poder”.

“Constituem momento privilegiado para um debate público sadio e sereno, caraterizado pelo respeito das diversas opiniões e dos vários grupos políticos”, prossegue.

O novo documento papal pede uma “globalização da solidariedade” e atenção preferencial ao pobre, ao faminto, ao doente – por exemplo, com a SIDA, a tuberculose ou o paludismo –, ao estrangeiro, ao oprimido, ao prisioneiro, ao emigrante desprezado, ao refugiado ou ao deslocado”.

Segundo Bento XVI, “convém, sem dúvida, sensibilizar os governos para que aumentem o seu apoio à escolarização”.

O Papa estimula o trabalho conjunto entre Igrejas cristãs e um “diálogo paciente com os muçulmanos” para “o reconhecimento jurídico e prático da liberdade religiosa”.

“Exorto a Igreja em África a encorajar os governantes para que protejam os bens fundamentais, como são a terra e a água, para a vida humana das gerações presentes e futuras e para a paz entre os povos”, refere ainda.

A ‘Africae Munus’, com uma versão oficial em português, vai ser entregue este domingo aos 35 presidentes das Conferências Episcopais nacionais e aos sete responsáveis das Conferências regionais da Igreja Católica em África.

A viagem de Bento XVI ao Benim, segunda do Papa ao continente africano, inclui passagens por Cotonou, cidade mais populosa do país, e Ajudá (Ouidah), na antiga ‘Costa dos Escravos’, a 40 km da capital económica, entre sexta-feira e domingo.

OC

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