Cidade do Vaticano, 19 jul 2011 (Ecclesia) – A Santa Sé anunciou hoje o envio de uma “primeira ajuda de 50 mil euros” para a Somália, um dos países mais afetados pela grave seca que tem atingido o nordeste de África.
Segundo uma nota publicada pela sala de imprensa do Vaticano, a quantia vai ser entregue através do Conselho Pontifício ‘Cor Unum’, que coordena as ações de solidariedade efetuadas em nome do Papa Bento XVI.
O texto alerta para uma “gravíssima emergência”, lembrando de forma especial “centenas de milhares de deslocados que arriscam a morte por falta de bens de primeira necessidade”.
D. Giogio Bertin, bispo de Djibuti e administrador apostólico da capital somali, Mogadíscio, realça a necessidade de “agir rapidamente”, no sentido de “alocar fundos, adquirir mantimentos e garantir alojamento” para as inúmeras comunidades que estão em risco de vida.
O prelado italiano, em declarações à Rádio Vaticano, mostra-se sobretudo preocupado com o futuro das crianças, e agradece o apoio vindo da Santa Sé, “porque encoraja a comunidade internacional a intervir”.
Aquela que é já considerada a pior seca dos últimos 60 anos na Etiópia, Quénia e Somália está a colocar em causa a sobrevivência de mais de 12 milhões de pessoas.
No caso da Somália, a Igreja Católica pretende disponibilizar uma primeira soma de 300 mil euros para ajudar a resolver problemas relacionados com esta catástrofe natural.
Neste esforço estão envolvidas diversas organizações humanitárias católicas, coordenadas através da Caritas Internacional.
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) vai promover uma reunião ministerial de urgência a 25 de julho para analisar a crise humana provocada pela seca na Somália.
O país foi lembrado por Bento XVI, no último domingo, num apelo em favor das pessoas “que fogem da fome, em busca de comida e de ajuda”.
“Sigo, profundamente preocupado, as notícias do Corno de África, em particular da Somália, atingidos por uma severa seca e, noutras áreas, por fortes chuvas que estão a causar uma catástrofe humana”, disse o Papa no pátio da residência pontifícia de Castel Gandolfo, nos arredores de Roma, onde se encontra a passar férias.
“Espero que cresça a mobilização internacional e se envie ajuda atempada para os nossos irmãos e irmãs já tão amargamente provados, entre os quais há muitas crianças”, desejou ainda.
Na região afetada pela seca, que abrange a Somália, o Quénia, Etiópia, Uganda e Djibuti, haverá milhões de menores subnutridos, segundo estimativas da Unicef.
O diretor executivo da agência das Nações Unidas para a infância, Anthony Lake, alertou, este domingo, para o “risco iminente de morte” de meio milhão de crianças no Corno de África, sublinhando que as mesmas “precisam de ajuda imediata”.
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