D. Manuel Clemente sublinha «oportunidade» de um Conselho Pontifício para a Nova Evangelização

Bispo do Porto reage ao anúncio feito por Bento XVI e aponta Portugal como um dos espaços a que este organismo se destina

D. Manuel Clemente, Bispo do Porto, sublinhou a “oportunidade” da criação de um Conselho Pontifício para a Nova Evangelização, anunciada esta Segunda-feira por Bento XVI.

“Esta «nova evangelização» requer efectivamente um empenho forte de todos nós e ganhará muito com a criação do novo organismo pontifício”, aponta.

Em declarações à ECCLESIA, o presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais refere que a decisão do Papa é “da maior oportunidade”.

“Durante muito tempo pensámos a evangelização em dois quadros quase fixos: o dos territórios considerados cristãos, com as suas Dioceses «implantadas» e de quando em quando animadas por missões populares, realizadas por clero secular ou religioso; e o das missões «ad gentes», dirigidas a territórios «ultramarinos» de primeira evangelização, protagonizadas por congregações especialmente orientadas para esse fim”, recorda.

Para este responsável, “foi sobretudo o Papa João Paulo II quem insistiu no facto de se ter aberto um terceiro quadro, o dos territórios de antiga evangelização onde se perdeu entretanto a vivência cristã e a vivacidade da fé, requerendo estes uma nova incidência evangelizadora, nova no ardor, nos métodos e nas expressões”.

D. Manuel Clemente cita a exortação apostólica pós-sinodal  Ecclesia in Europa (2003) para afirmar que “a Europa é actualmente um espaço para a missão «ad gentes», como também insiste a recente carta pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa sobre a missão”.

Para o Bispo do Porto, estamos perante “conceitos distintos” que “acabam por se unir e potenciar mutuamente, ganhando todos em inter-eclesialidade criativa”.

Na carta pastoral “Para um rosto missionário da Igreja em Portugal”, a Conferência Episcopal referia que “o Evangelho de Jesus Cristo é cada vez menos conhecido”.

“Este cenário é preocupante e pede, com urgência, à Igreja presente na cidade dos homens uma nova cultura de evangelização, que vá muito para além de uma simples pastoral de manutenção”, indica o documento.

Aquando do anúncio de um novo «ministério» da Cúria Romana, Bento XVI apontou como objectivo combater um “eclipse do sentido de Deus” que está a atingir a sociedade, em particular no mundo ocidental.

“Decidi criar um novo organismo, na forma de Conselho Pontifício, com a tarefa principal de promover a renovada evangelização nos Países onde já ressoou o primeiro anuncio da fé e estão presentes Igrejas de antiga fundação, mas que estão a viver uma progressiva secularização da sociedade e uma espécie de eclipse do sentido de Deus”, revelou, durante a celebração de vésperas da festa litúrgica de São Pedro e São Paulo, em Roma.

Além de nove Congregações, a Cúria Romana tinha até agora 11 Conselhos Pontifícios: Leigos, Promoção da Unidade dos Cristãos, Família, Justiça e Paz, “Cor Unum”, Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, Pastoral da Saúde, Textos Legislativos, Diálogo Inter-religioso, Cultura e Comunicações Sociais.

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