Catequese do Papa foi dedicada ao poder dado aos sacerdotes para governar os fiéis e as comunidades
O Papa convidou os padres de todo o mundo para as celebrações conclusivas do Ano Sacerdotal, de 9 a 11 de Junho, em Roma.
Na audiência geral desta Quarta-feira, Bento XVI afirmou que o encontro vai ser uma ocasião para meditar na “conversão” e na “missão”, bem como no “dom do Espírito” e na “relação com a Virgem Maria”.
A iniciativa é também uma oportunidade para os padres renovarem as suas “promessas sacerdotais”, “sustentados por todo o povo de Deus”.
Na intervenção que proferiu na Praça de São Pedro, em Roma, o Papa sublinhou que os padres devem conduzir os fiéis no rumo que Deus quer, e não na direcção que lhes “parece mais conveniente ou mais fácil”.
Bento XVI recordou que a acção dos padres exige uma “disponibilidade incondicional”, deixando que o próprio Cristo governe as suas vidas.
“Por isso, na base do ministério pastoral, está o encontro pessoal e constante com o Senhor, para conformar a própria vontade com a d’Ele”, salientou o Papa, recordando que a “docilidade dos fiéis aos seus pastores depende da docilidade dos sacerdotes a Cristo”.
Poder de governar
Depois de em semanas anteriores se ter pronunciado sobre a missão de santificar e ensinar, Bento XVI terminou nesta Quarta-feira as alocuções referentes às três funções específicas dos sacerdotes com uma catequese dedicada ao poder de governar.
No entender do Papa, a autoridade entendida a partir do ponto de vista cristão deve ser exercida em referência a Deus, procurando o verdadeiro bem da pessoa, que é a “salvação em Cristo”.
“Entendida à luz da fé”, esta autoridade, embora envolvendo o exercício do poder, permanece um serviço à construção da Igreja na santidade, unidade e verdade”, explicou Bento XVI.
Para cumprir este propósito, o padre deve adquirir as suas forças em Cristo, “verdadeiro modelo pelo seu humilde serviço de amor exprimido no lava-pés e na sua realeza que culmina na Cruz”.
Para Bento XVI, “fora desta visão sobrenatural não é possível compreender o ofício de governo que exercem os sacerdotes”.
“Governar é formar Cristo nos corações dos fiéis”, referiu o Papa, que pediu aos padres para “não terem medo” de conduzir a Deus as pessoas e comunidades que lhes foram confiadas e para serem “modelos para todos”.
Aos fiéis que não são sacerdotes, Bento XVI pediu para rezassem por ele enquanto “Sucessor de Pedro”, e também pelos bispos e padres.
A Igreja evoca nesta Quarta-feira a memória de São Francisco Néri, que, nas palvras do Papa, se distinguiu pela “alegria” e “especial dedicação à juventude”, que educou e evangelizou através da Congregação do Oratório, por si fundada.
No fim da catequese, Bento XVI pediu a intercessão deste santo nascido na actual Itália para que os jovens vivam com “simplicidade evangélica”, os doentes façam do seu sofrimento “uma oferta ao Pai celeste” e os novos esposos construam “uma família verdadeiramente cristã”.