As dificuldades da Igualdade na contemporaneidade

Bispo do Porto fez conferência quaresmal sobre a «Igualdade»

Na conferência quaresmal sobre a «A Igualdade», D. Manuel Clemente começou pela afirmação das revoluções liberais: “os homens nascem livres e iguais em direitos”

Não faltaram “críticos práticos aos liberais teóricos, com alguma confusão de planos”. A substituição duma sociedade de súbditos e privilégios (direitos particulares de cada grupo social) por outra de cidadãos e direitos comuns, “tem sido difícil objectivo da nossa contemporaneidade” – referiu o bispo do Porto.

Os cristãos “entraram no debate, quer defendendo tradições, que sempre tinham incluído desigualdades sociais e políticas, quer propugnando por uma igualdade a estabelecer, dada a unidade de origem e a idêntica vocação geral da humanidade, com maior sensibilidade entre eles a um ou a outro destes tópicos” – sublinhou na sua conferência proferida dia 18 de Março.

A revelação cristã “requer e impulsiona a realização histórica da igualdade, potenciando-a espiritualmente”. Neste sentido, os autores cristãos também “insistem em que a igualdade se alcança pelo desenvolvimento e partilha do que é e detém cada um e não pela rasoira das abstracções comunitaristas”.

O próprio Catecismo da Igreja Católica resume-os bem no nº 1936: “Ao vir ao mundo, o homem não dispõe de tudo o que é necessário para o desenvolvimento da sua vida corporal e espiritual. Precisa dos outros. Há diferenças relacionadas com a idade, as capacidades físicas, as aptidões intelectuais e morais, os intercâmbios de que cada um pôde beneficiar, a distribuição das riquezas. Os ‘talentos’ não são distribuídos por igual”. Igualdade na complementaridade reconhecida e oferecida, quer-se então dizer”.

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