Novos hospitais terão capela católica e espaço de culto multi-religioso

Secretário de Estado reconhece valor da dimensão espiritual no tempo da doença

O Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Manuel Pizarro, concorda que os hospitais em construção ou a construir tenham uma capela católica e um espaço de culto multi-religioso.

Esta necessidade foi abordada na reunião entre o responsável governamental e uma delegação do Grupo de Trabalho Inter-religioso para a Assistência Espiritual e Religiosa no Serviço Nacional de Saúde, composta pelo Coordenador Católico das Capelanias Hospitalares, Pe. José Nuno, pelo Sheik David Munir, da Comunidade Islâmica, e pelo Pastor Jorge Humberto, da Aliança Evangélica Portuguesa

No encontro, realizado nesta Segunda-feira, Manuel Pizarro invocou a sua condição de médico com experiência no terreno para reconhecer o valor da dimensão espiritual no tempo da doença.

O Secretário de Estado aceitou a proposta de institucionalização do Grupo de Trabalho, segundo um modelo a definir futuramente. Manuel Pizarro anuiu também ao pedido de prorrogação do prazo para que os hospitais adeqúem as suas estruturas e espaços às novas exigências legais respeitantes à assistência religiosa.

A próxima reunião, marcada para Fevereiro, contará novamente com a presença do responsável governativo.

Padre José Nuno escolhido para coordenador do Grupo de Trabalho Inter-religioso

Durante o encontro os participantes receberam a nota final da assembleia do Grupo de Trabalho Inter-religioso ocorrida a 14 de Janeiro, na qual marcaram presença representantes da Aliança Evangélica Portuguesa, Comunidade Baha’i em Portugal, Comunidade Hindu de Portugal, Comunidade Islâmica de Lisboa, Comunidade Israelita de Lisboa, Conselho Português das Igrejas Cristãs, Igreja Católica Romana, Igreja Ortodoxa – Patriarcado Ecuménico de Constantinopla e União Budista Portuguesa.

Nessa reunião foi decidido, por unanimidade, atribuir ao Pe. José Nuno o cargo de coordenador do Grupo de Trabalho.

Os delegados reiteraram a intenção de elaborar manuais para a assistência espiritual e religiosa que abranjam os vários Credos, bem como o Agnosticismo e o Ateísmo. Estes livros serão divididos em dois níveis de aprofundamento. O elementar, que será amplamente difundido nos hospitais, vai conter normas e explicações simples para uso das equipas de saúde.

Os guias mais completos incluirão uma fundamentação antropológica, além da apresentação mais consistente e detalhada de cada Tradição. Estes compêndios destinar-se-ão às escolas superiores de Saúde e à formação dos agentes de assistência espiritual e religiosa.

A constituição de um Núcleo de Humanização Hospitalar, cuja dinamização será assegurada por José Ruah, da Comunidade Israelita, foi outra das deliberações da reunião de 14 de Janeiro.

Nos dias 22 e 23 de Fevereiro realizar-se-á, em Fátima, um encontro de formação para agentes de todos os Credos responsáveis pelo acompanhamento espiritual dos doentes. Esta iniciativa insere-se no Curso de Iniciação de Novos Capelães e Assistentes Espirituais Católicos, que, de dois em dois anos, é promovido pela Coordenação Católica das Capelanias Hospitalares.

Ainda no âmbito da formação está em estudo a realização de um Seminário inter-religioso e inter-disciplinar sobre a importância terapêutica da dimensão espiritual.

Os representantes das confissões religiosas resolveram deixar em aberto a possibilidade de novas entidades virem a integrar o Grupo de Trabalho, desde que radicadas em Portugal nos termos da lei e animadas de vontade de inclusão e diálogo.

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