Vaticano iniciou colóquios com lefebvrianos

Tradição, ecumenismo e liturgia são alguns dos temas que vão estar em cima da mesa

Decorreu esta Segunda-feira o primeiro encontro entre representantes da Comissão Pontifícia “Ecclesia Dei” e a Fraternidade Sacerdotal São Pio X, fundada por Mons. Marcel Lefèbvre.

O objectivo do encontro era “examinar as dificuldades doutrinais que ainda subsistem” nas relações entre as duas partes.

Segundo comunicado da Santa Sé, o debate decorreu num “clima cordial, respeitoso e construtivo”, abordando as questões de “carácter doutrinal que serão tratadas e discutidas no decorrer dos colóquios que prosseguirão nos próximos meses”, provavelmente num ritmo bimensal.

Em particular, serão examinadas as questões relacionadas com o conceito de “Tradição”, a interpretação do Concílio Vaticano II e a celebração da Missa após as alterações conciliares.

Ecumenismo, relações com outras religiões e liberdade religiosa são outros temas em cima da mesa.

Em Março passado, o Papa tornara pública uma carta dirigida aos Bispos católicos de todo o mundo para explicar a remissão das excomunhões de 4 Bispos da Fraternidade São Pio X, em Janeiro deste ano, que tinham sido ordenados pelo falecido Arcebispo Lefebvre sem mandato pontifício, no ano de 1988.

Nessa altura, revelou a intenção de unir a Comissão “Ecclesia Dei” – instituição competente desde 1988 para as comunidades e pessoas que, saídas da Fraternidade São Pio X ou de idênticas agregações, queiram voltar à plena comunhão com o Papa – à Congregação para a Doutrina da Fé.

“Deste modo torna-se claro que os problemas, que agora se devem tratar, são de natureza essencialmente doutrinal e dizem respeito sobretudo à aceitação do Concílio Vaticano II e do magistério pós-conciliar dos Papas”, explicava.

Em Julho, com o Motu proprio “Ecclesiae unitatem”, Bento XVI apresentou uma nova estrutura da Comissão instituída em 1988, por João Paulo II. O Papa indicou que a remissão das excomunhões foi um procedimento canónico “para libertar as pessoas do peso da mais grave censura eclesiástica”, mas sublinhou que “continuam em aberto as questões doutrinais”.

Até que estas sejam esclarecidas, a Fraternidade Sacerdotal São Pio X “não pode gozar de um estatuto canónico na Igreja e os seus ministros não exercem de modo legítimo qualquer ministério na Igreja”.

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