Natal: Presidente da Conferência Episcopal convida a «construir uma sociedade mais justa»

«O presépio do Deus Menino é aquele onde cabem todos quantos perderam a esperança» – D. José Ornelas

Lisboa, 16 dez 2025 (Ecclesia) – O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) afirma que o Natal de Belém mostra “a solidariedade informal e generosa dos mais humildes e sofridos” e convida a “redescobrir e replicar” esse presépio onde nasceu Jesus.

“Jesus, que vem para as nossas famílias, a Igreja e as nações, convida-nos a escutar o choro de tantas crianças e os dramas espalhados pelo mundo, com os olhos de compaixão e fé ativa, neste ano Jubilar da esperança que estamos a concluir”, diz D. José Ornelas, na Mensagem de Natal 2025, enviada hoje à Agência ECCLESIA.

O presidente da CEP assinala que o Natal, que se aproxima, vai ser celebrado “no meio de trevas assustadoras”, ecos de guerra e receios de segurança, “destruição, miséria e morte”, mas onde se faz ouvir o “vagido de um menino recém-nascido”, que convida à ternura e apela “ao respeito e cuidado atento e abrindo horizontes de futuro e de esperança”.

“Que este Natal desperte no coração de cada um de nós o desejo de construir uma sociedade mais justa onde o respeito pela dignidade humana prevaleça. Sejamos capazes de redescobrir e replicar o presépio de Belém onde Jesus vem ao encontro da humanidade e traz luz ao caminho para a verdadeira paz que une os povos e cura as feridas.”

D. José Ornelas destaca que Deus não escolheu nascer “num presépio de ouro”, mas na fragilidade e na periferia “onde a humanidade vive dilacerada”, por isso, a paz que é necessária e deve ser levada ao mundo, “é uma paz que tem de partir da proximidade, de pontes e gestos concretos”, que em casa, na família, “nas relações, comunidades e nas ruas”.

“O presépio do Deus Menino é aquele onde cabem todos quantos perderam a esperança.”

D. José Ornelas explica que neste Natal 2025 se vive um tempo repleto de “desafios e tribulações”, em Portugal e no mundo, e “a par da violência da injustiça e da revolta, da apatia e da incapacidade de muitos”, o Natal de Belém mostra igualmente “a solidariedade informal e generosa dos mais humildes e sofridos”

“Eles sentem-se tocados pelo drama de uma família de forasteiros à espera do bebé das suas esperanças e respondem com a generosidade frugal das suas vidas, com gestos de boas-vindas e solidariedade para com o Filho de Deus que vem ao mundo, pedindo para ser cuidado e acarinhado, Ele que veio para cuidar e oferecer a misericórdia, a vida e a esperança do Pai do Céu”, desenvolveu o responsável católico, bispo da Diocese de Leiria-Fátima.

O presidente da conferência dos bispos de Portugal destaca que o Natal convida a “ser proximidade amiga e ativa”, com o “olhar e atitude de Belém”, com as famílias, os jovens, os idosos, os migrantes, os pobres, os presos , os doentes.

  • as famílias consumidas pelo elevado custo de vida;
  • os jovens que não encontram futuro por falta de emprego digno e habitação;
  • os idosos que vivem no silêncio do abandono;
  • os migrantes que encontram desconfiança, indiferença e portas fechadas;
  • as vítimas da pobreza que se tornam invisíveis;
  • os presos que vivem esquecidos;
  • os doentes que sofrem, no corpo e na alma, a fragilidade da vida;
  • os profissionais de saúde exaustos que procuram responder aos constrangimentos no acesso aos serviços;
  • os inocentes que sofrem os danos das guerras, da injustiça e do esquecimento.

CB/PR

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