Diaconado: «Servir não se declina com fazer, mas com dar-se», afirmou o patriarca de Lisboa (c/ fotos e Vídeo)

D. Rui Valério presidiu à ordenação de 14 diáconos pedindo-lhes para ser «luz do mundo e sal da terra» num momento «exausto da guerra»

Lisboa, 02 dez 2024 (Ecclesia) – O patriarca de Lisboa presidiu este domingo à ordenação de 14 diáconos e afirmou na homilia que o “diaconado desenvolve-se e realiza-se no serviço”, que não é “puro funcionalismo”, mas “dádiva de si próprio”, e declina-se com “dar-se”.

“’Servir’ não se declina com ‘fazer’, mas com ‘dar-se’”, afirmou D. Rui Valério na celebração, que decorreu na Igreja do Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa.

“Caros ordinandos: não esqueçais – sois chamados ao ministério de servidores, com Cristo e como Cristo. Abraçai a radicalidade do que hoje o Senhor vos dá com abundância. Só o coração grande, generosos e disponível pode viver o que o Senhor vos oferece. Caminhai sempre na presença do Senhor. Ele vos ajudará todos os dias da vossa vida e consumará o bem que em vós começou”, afirmou.

O patriarca de Lisboa ordenou 14 diáconos no último domingo, oito dos quais continuam o seu percurso de formação para a ordenação sacerdotal, seis no Seminário dos Olivais e dois no Seminário Redemptoris Mater, e seis são homens casados que foram ordenados diáconos permanentes.

D. Rui Valério sublinhou que “o diaconado desenvolve-se e realiza-se no serviço, no fazer da própria identidade, do próprio ser, uma doação”, e na proclamação da Palavra.

“Aquilo que constitui a matéria-prima, a substância do múnus diaconal é o serviço, a proclamação da Palavra. Ora, em tudo isso está a própria pessoa no seu todo, o próprio ser pessoal na sua relação com o mundo”, afirmou.

O patriarca de Lisboa lembrou que a “mais do que mero verbo pronunciado, a palavra tende a fazer-se história, gesto, ação e a encarnar-se, a assumir carne, ou seja, a envolver a própria pessoa”, e deixou uma interpelação “à urgência permanente da evangelização”.

“Produzimos palavras quando deveríamos estar a produzir dinâmicas de santidade, caminhos que levam Cristo aos homens, trazem os homens a Cristo para mergulharem na salvação”, afirmou.

D. Rui Valério referiu-se ao contexto internacional “exausto da guerra” e desafiou ao serviço, sendo “luz do mundo e sal da terra”.

“O mundo anda cansado de superficialidade, está exausto da guerra; a libertação é como a água que escorre pelos campos do mundo, necessita apenas de ser conduzida aos corações e aos lugares onde vigora ainda a opressão. Mas que seja sobretudo a partir do luminoso fruto do coração de Deus que todo o vosso ser realize a vocação de luz do mundo e sal da terra”.

No fim da celebração de ordenação diaconal, o patriarca de Lisboa assinou e apresentou a Carta Pastoral dedicada ao tema da esperança, para a vivência do Jubileu 2025, entregando o documento a alguns representantes de toda a diocese.

PR

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Agência ECCLESIA

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