Lisboa, 08 nov 2024 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (FAIS) lançou uma campanha de solidária para ajudar os cristãos vítimas de violência jihadista no Burquina Fasso.
“A violência, no Burquina Fasso, está a atingir proporções inquietantes e os cristãos, apesar de serem uma minoria, são um dos alvos dos grupos armados jihadistas que praticamente já controlam metade do país”, lê-se numa nota enviada à Agência ECCLESIA.
A FAIS, que tem vindo a receber histórias dramáticas de populações em fuga, de sobreviventes, de famílias em angústia, acaba de lançar em Portugal uma campanha de solidariedade para com estes cristãos. “Não podemos ficar indiferentes a tanto sofrimento”, diz Catarina Bettencourt, diretora do secretariado nacional da fundação pontifícia.
“Todos os dias, à hora dos telejornais, ficamos a par da guerra que persiste na Ucrânia, na Faixa de Gaza e, agora também no Líbano. Muitos podem acreditar que só nestes locais que se travam batalhas. Puro engano. A realidade é ainda mais dura, pois há muitas guerras esquecidas. Infelizmente, muitos desses conflitos são ignorados. Acontecem quase em silêncio, longe dos holofotes da imprensa, da rádio e da televisão. Um desses países é o Burquina Fasso”.
É assim que começa a carta que está a chegar, por estes dias, a casa de milhares de benfeitores portugueses da Fundação AIS.
Assinada pela diretora do secretariado nacional da fundação pontifícia, a carta é um apelo à solidariedade para com a pequena, mas “martirizada comunidade cristã do Burquina Fasso, alvo de constantes ataques por grupos armados jihadistas que procuram estabelecer na região um ‘califado’ onde os Cristãos não têm lugar”.
A insegurança tem crescido de dia para dia, levando à fuga de “mais de 2 milhões de pessoas” que se têm vindo a refugiar em campos de deslocados internos.
“Estes campos tornaram-se o retrato mais cruel do sofrimento e da desolação deste povo que, há anos, luta diariamente pela sua sobrevivência”, explica na carta Catarina Martins de Bettencourt.
Ainda recentemente, no início de Outubro, a Fundação AIS dava a notícia do massacre de, pelo menos, 150 pessoas durante três dias ininterruptos de ataques na aldeia de Manni, povoação na região leste do Burquina Fasso que integra uma significativa comunidade cristã.
O Bispo de Fada N’Gourma classificou o que aconteceu como “bárbaro”, pois além de os terroristas terem disparado indiscriminadamente sobre a população que estava reunida no mercado local depois da missa de domingo – logo no primeiro dia de ataques, a 6 de Outubro –, foram incendiados diversos edifícios, queimando vivas algumas das pessoas que se encontravam no seu interior.
Para a promoção da campanha da Fundação AIS, intitulada “Burquina Fasso – Cruz dolorosa”, foi editado uma pequena revista em que relatam histórias e testemunhos de cristãos que têm sofrido na pele a violência terrorista neste país africano.
LFS