Sínodo 2024: «Uma Igreja sinodal propõe outros ministérios na corresponsabilidade» – Bispo de Angra

D. Armando Esteves Domingues está a «aprender o que é a sinodalidade», na visita pastoral à Ilha das Flores

Foto: Igreja Açores/CR

Angra do Heroísmo, Açores, 02 out 2024 (Ecclesia) – O bispo de Angra disse que “o Sínodo não é para resolver problemas”, pelo início da segunda sessão da atual Assembleia, que espera seja de aprendizagem “efetiva”  do “valor da escuta e da corresponsabilidade”.

“O sínodo não é para resolver problemas. É nas dioceses e nas comunidades locais que os problemas se resolvem. O sínodo ajuda-nos a perceber como nos escutamos e isso é muito importante. Pode até nem ser fácil e muito percetível mas é fundamental”, explicou D. Armando Esteves Domingues, em declarações ao sítio online ‘Igreja Açores’, enviadas hoje à Agência ECCLESIA.

A segunda sessão da XVI Assembleia do Sínodo dos Bispos começou esta quarta-feira, dia 2 de outubro, com os cerca de 400 participantes, reunidos no Auditório Paulo VI do Vaticano; esta assembleia, que decorre até 27 de outubro, com o tema ‘Por uma Igreja sinodal: participação, comunhão, missão’, começou com a auscultação de milhões de pessoas, pelas comunidades católicas, em 2021; a primeira sessão da decorreu em outubro de 2023.

O bispo de Angra convidou a sua diocese a “virar-se para Roma, associando-se às grandes intenções do Papa”, e destacou que os contributos que se dão para a construção da sinodalidade “não podem ser uma imposição das próprias opiniões e até marcação de agenda”.

“Não devemos manipular a sinodalidade como uma estratégia para levar a água ao nosso moinho”, referiu.

D. Armando Esteves Domingues espera que o Sínodo possa ser um momento de aprendizagem “efetiva”  do “valor da escuta e da corresponsabilidade” e pede que não se esqueçam que “a sinodalidade é uma forma muito evangélica de ser Igreja”, de construir Igreja “apelando à participação e missão de todos”.

“Nós temos uma realidade que ainda assenta muito no ministério ordenado e uma Igreja sinodal propõe outros ministérios na corresponsabilidade do Povo Santo de Deus, que se vai estruturando nos vários serviços, ministérios laicais nascidos do batismo.”

A partir das leituras que têm sido proclamadas esta semana, que remetem para o exemplo da criança e da sua humildade como condição para a entrada no Reino dos Céus, D. Armando Esteves Domingues afirma que “a imagem da criança é fundamental”.

Foto: Igreja Açores/CR

“A nossa atitude é a da humildade de quem se baixa para ouvir os outros; participar não é uma forma de exercer poder mas corresponsabilizarmo-nos, partilharmos as responsabilidades. A vida comunitária faz-se não de atitudes vistosas dos padres ou atividades concretas de leigos mas do quanto o Espírito Santo vai ajudando a construir a comunidade”, desenvolveu.

Na homilia da Missa de abertura da segunda sessão da XVI Assembleia Sinodal, na Praça de São Pedro, o Papa Francisco convocou “um dia de oração e de jejum pela paz do mundo”, para a próxima segunda-feira, dia 7 de outubro.

“Quanto nós precisamos de paz nestes grandes palcos de guerra mas também uma oração de paz nas nossas formas de estar, de falar, de ouvir, de construir e de planificar as coisas que são de Deus e não apenas nossas”, referiu, neste contexto, D. Armando Esteves Domingues.

O bispo de Angra está a realizar a sua primeira visita pastoral à diocese, até domingo, dia 6 de outubro, e começou pela Ilha das Flores, onde está “a aprender o que é a sinodalidade”, lê-se no portal online diocesano ‘Igreja Açores’.

“Acredito que desta escuta eu mesmo sairei enriquecido; A minha grande proposta é eu próprio mudar, para ouvir e perceber convosco se há caminhos novos para percorrer”, acrescentou o bispo diocesano.

CB/OC

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