Açores: Bispo emérito de São Tomé e Príncipe indicou «o verdadeiro caminho da felicidade», na festa do Senhor Bom Jesus da Pedra

«Ninguém pode dizer que ama a Deus se não serve o irmão» – D. Manuel António dos Santos

Vila Franca do Campo, Açores, 26 ago 2024 (Ecclesia) – O bispo emérito de São Tomé e Príncipe afirmou que em Cristo é “o amor” que vence, falando na festa do Senhor Bom Jesus da Pedra, em Vila Franca do Campo (Açores), na Diocese de Angra.

“Que ao olhar esta imagem do Senhor da Pedra, ela possa semear em nós a esperança e faça da nossa vida um hino de amor, de entrega aos irmãos”, disse D. Manuel António dos Santos, na homilia que pronunciou este domingo, citado pelo portal online ‘Igreja Açores’, da Diocese de Angra.

O bispo português apresentou Jesus como “o rei da paz e do serviço”, que fez dos “pobres e humilhados” os seus discípulos, que se “fez servo dos seus a quem lavou os pés”, e que se “colocou ao serviço”.

“Este é o verdadeiro caminho da felicidade: caminho do serviço, da entrega e da atenção ao outro, ao irmão; Cristo quer ser o nosso rei, mas pelos caminhos da paz porque em Cristo não é nem a força, nem a violência que vencem, mas o amor, e a cruz é uma lição de amor”, desenvolveu.

D. Manuel Mendes dos Santos afirmou que “pode não ser fácil seguir um rei condenado”, que assume a cruz como “trono e glória”, mas foi “dando a vida que Ele assume a sua realeza”: “Não há amor maior do que aquele que dá a vida por nós”.

“O trono em que está é uma pedra, está coroado por uma coroa de espinhos, está de mãos atadas, flagelado e humilhado. Este é o nosso rei”, indicou.

Na homilia, o bispo dos Missionários do Coração de Maria (Claretianos) destacou o exemplo do franciscano São Maximiliano Maria Kolbe (1894-1941), que nunca desistiu da sua fé, nem deixou de confiar no amor de Deus; a Igreja Católica evoca o santo polaco a 14 de agosto, o dia em que foi executado no campo de concentração de Auschwitz, na Polónia, quando ofereceu a sua vida em vez de outro prisioneiro.

“Temos sempre razões para cantarmos apesar da violência, do egocentrismo ou de uma ideia de felicidade que consiste em ter dinheiro e fama; mesmo assim cantemos, porque Deus está connosco, porque Cristo continua neste mundo a ter gente que o anuncia e a dar a sua vida por ele e todos nós estamos chamados a fazer isso”, explicou D. Manuel Mendes dos Santos, lê-se no sítio online ‘Igreja Açores’.

A festa do Senhor Bom Jesus da Pedra é organizada pela Santa Casa da Misericórdia de Vila Franca, uma das mais antigas da Diocese de Angra, de 1551 ou 1552; “a principal festa de verão da ilha de São Miguel” realiza-se ininterruptamente há 205 anos no formato atual: procissão de mudança da imagem, na noite de sábado, da igreja da Misericórdia para a Matriz de São Miguel Arcanjo e Missa e procissão, no domingo, em 2024, nos dias 24 e 25 de agosto.

“Ninguém pode dizer que ama a Deus se não serve o irmão”, disse D. Manuel Mendes dos Santos, este sábado, na celebração da Palavra após a procissão da mudança da imagem do Senhor Bom Jesus da Pedra, lembrando que são chamados a “guardar os ensinamentos de Deus mas também a  transmiti-los”.

A Festa do Senhor da Pedra, em Vila Franca do Campo, que também tem uma dimensão cultural, começou com um tríduo preparatório, no dia 21, que foi orientado pelo padre Dinis Silveira, pároco do Topo e ouvidor de São Jorge.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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