Feira do Livro: Participantes lembram Jornada Mundial da Juventude, no espaço que acolheu cerimónia de boas-vindas

Debate sobre «experiências e esperanças» da JMJ Lisboa 2023 reuniu o cardeal D. Américo Aguiar, dois jovens, a Paulus Editora e a Agência Ecclesia

Lisboa, 11 jun 2024 (Ecclesia) – Os participantes e construtores da edição de 2023 da Jornada Mundial da Juventude Lisboa (JMJ) recordaram no sábado, no Auditório Sul da Feira do Livro, a experiência portuguesa, numa sessão de apresentação de dois livros sobre o encontro.

“É uma oportunidade única, quer a fotobiografia do ‘Todos, todos, todos’, que nos lembra e que nos ajuda a reviver e revisitar a Jornada Mundial da Juventude, mas mais do que isso, ou muito mais importante, os textos”, afirmou o antigo coordenador geral da JMJ, D. Américo Aguiar, em entrevista à Agência ECCLESIA.

A sessão ‘Experiências e esperanças: O legado da Jornada Mundial da Juventude e os discursos do Papa Francisco’ contou com apresentação da obra ‘Todos, todos, todos’, editada pela Agência Ecclesia e pela Revista Lumen (da Conferência Episcopal Portuguesa), e a publicação “Papa Francisco – JMJ Lisboa 2023 – Discursos e Homilias”, lançada pela Paulus.

Para o cardeal, os livros são “fundamentais” para “regressar às fontes”, “algo muito cristão”.

“Pontualmente precisamos de rever as fotos, precisamos de reler os textos para repor dentro do nosso coração tantas coisas que vivemos e tantas coisas que nos foram ditas. É fundamental que o livro aconteça”, reconhece.

Segundo D. Américo Aguiar, “ainda mexe” regressar ao lugar que foi um dos principais palcos da JMJ Lisboa 2023, apesar de agora não existir “o peso da responsabilidade de fazer acontecer as coisas”.

“Ainda mexe voltar a este cenário onde fomos muito felizes, mas sofremos muito para que a felicidade acontecesse”, destacou.

O cardeal D. Américo Aguiar saudou todos os jovens das paróquias, vigararias e dioceses que estiveram na linha da frente da organização do encontro, quando questionado sobre como esta geração está a viver o pós-JMJ.

O bispo de Setúbal refere que muitos jovens estão ainda a recuperar do encontro com o Papa para abraçar novos desafios e, por outro lado, outros descobriram caminhos novos que estão a percorrer e que precisam de ser acompanhados.

“Eu costumava dizer que a maior riqueza da jornada são exatamente todos esses, nessas diversas fases, que nós temos que redescobrir como ir ao encontro deles”, indicou.

“Se a única oferta que a Igreja tem para os jovens pós-jornada é a missa ao domingo às 11 horas, é curto, é muito curto para aquilo que foi a exigência do que o Papa nos entregou, da missão que ele nos entregou, que é a mensagem de Cristo, levarmos esta boa nova a todos”, defendeu o bispo, que acrescenta que é preciso ir além disso e que não chega uma “pastoral da manutenção”.

“Temos que rasgar com a manutenção e ser capazes de ousar, inovar e com o mesmo Cristo, com o mesmo Evangelho, fazer diferente”, realçou.

Mariana Craveiro e Filipe Simão são dois dos jovens que integraram a organização da JMJ e estiveram presentes na conversa que recordou o maior encontro de jovens de todo o mundo com o Papa na Feira do Livro.

Em entrevista à Agência Ecclesia, Filipe Simão afirma que a JMJ o tornou cristão: “A minha experiência como cristão mudou bastante porque, lá está, eu não era cristão antes de ter entrado”.

“Eu acho que [a JMJ] foi bastante importante na minha caminhada. E as memórias que eu guardo, foi uma das melhores experiências que eu tive na minha vida, sinceramente”, descreve.

O jovem conta que a experiência permitiu que conhecesse muita “gente diferente” e que criasse “tantas amizades”.

Filipe Simão refere que estava afastado da Igreja e que a Jornada Mundial da Juventude o colocou em contacto com pessoas de culturas diferentes, que abriram espaço para que pudesse viver a fé de uma outra perspetiva.

“Eu acho que há um espaço para toda a gente. Existe um espaço sério, existe um espaço também mais alegre. E cabe a cada pessoa também tentar descobrir estas várias imagens da igreja. Que se consegue também ver nelas um pouco”, referiu.

Mariana Craveiro lembra a primeira semana de agosto de 2023, período em que esteve no Pavilhão Carlos Lopes, que foi o Centro de Imprensa da Jornada Mundial da Juventude.

“Estive alguns anos a preparar o evento em si, de tal modo que aquele primeiro impacto, que foi a cerimónia de abertura, não tínhamos cá o Papa Francisco, mas foi acolher os jovens e ter noção de quantos jovens cá estavam para viver esta semana, isso foi muito marcante, sem dúvida”, lembra.

O livro ‘“Todos, todos, todos’ inclui não só imagens da JMJ, como também da peregrinação dos símbolos do evento que, segundo a jovem, foi “muito importante para movimentar todas as comunidades, as paróquias” e os “movimentos”.

“Foi muito importante para Portugal toda a fase da peregrinação dos símbolos, porque foi dando às pessoas um bocadinho de visibilidade do que é que viria a ser a jornada. E foi prepará-las e chamar todos, todos, todos para virem viver este momento connosco em Portugal, começando pela nossa própria casa”, ressaltou.

Foto: Paulus Editora

Na sessão do Auditório Sul, o diretor da Agência Ecclesia, Paulo Rocha, evocou o momento em que D. Américo Aguiar, na altura presidente da JMJ Lisboa 2023, disse pela primeira vez que a Jornada era para todos, algo que provocou sobretudo barulho interno.

“Felizmente que depois de tudo isto se veio a reafirmar, a confirmar, e é o que perdura da Jornada, é este designo de fraternidade que a jornada quis deixar, e deixa de facto para todos, e acho que a experiência que se vai passando, que se vai tendo, cada vez que se fala da jornada, é esta repetição de todos, é esta experiência de fraternidade que aconteceu”, disse, em declarações à Agência ECCLESIA.

Em representação da Paulus Editora esteve o diretor-geral padre Tiago Melo, que partilhou a alegria em participar na Feira do Livro de Lisboa, uma oportunidade de apresentar ao mundo os seus conteúdos.

“O nosso fundador, o Beato Tiago Alberione, dizia que a livraria é um centro de apostolado, o balcão da livraria é um púlpito, então nós temos isso como missão verdadeiramente próprio do nosso carisma”, declarou.

HM/LJ/OC

Publicações: «Todos, todos, todos» reúne as imagens e as «intensas mensagens» da JMJ e da peregrinação dos símbolos

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