África do Sul: Portugueses solidários com vítimas de ataques xenófobos

Quatrocentos cobertores e uma quantidade significativa de géneros alimentares serão hoje entregues pelo cônsul-geral de Portugal em Joanesburgo às autoridades sul-africanas para distribuição entre os milhares de imigrantes deslocados e desabrigados pelos confrontos xenófobos das últimas semanas. Os donativos, que serão entregues ao início da tarde pelo cônsul-geral Manuel Gomes Samuel, foram angariados por várias associações de solidariedade social da comunidade portuguesa, com destaque para a Academia do Bacalhau, grupo Red Skins, Academia da Ferrugem e grupo Madre Teresa, Federação das Colectividades Portuguesas e Federação do Folclore. Segundo disse à Agência Lusa o cônsul-geral de Portugal, alguns donativos foram entregues por portugueses a título individual que pediram o anonimato. Esta é a segunda remessa de bens de primeira necessidade entregue pela comunidade portuguesa às vítimas da violência xenófoba desde o início da crise despoletada por uma onda de ataques de sul-africanos contra imigrantes africanos residentes em bairros pobres da Província de Gauteng (onde se situam Joanesburgo e Pretória), iniciada em 11 de Maio, e que se espalharam a pelo menos outras três províncias. Em consequência dos confrontos, milhares de casebres e barracas foram destruídas, pilhadas e incendiadas, 56 pessoas foram mortas, mais de 600 feridas com gravidade e 30 mil desalojadas. Dezenas de milhar de sobreviventes estão alojados temporariamente em tendas em redor de esquadras da polícia e em edifícios municipais. Muitos milhares vivem em condições particularmente difíceis, sem acesso a água corrente e casas de banho, sob temperaturas baixas, próprias do Inverno em Joanesburgo. O governo sul-africano, que Quarta-feira reuniu em sessão ordinária, anunciará hoje, em conferência de Imprensa, o plano delineado para alojar em melhores condições os deslocados. Um porta-voz governamental rejeitou Quarta-feira que o executivo de Thabo Mbeki esteja a planear criar campos de refugiados, esclarecendo que a solução escolhida será de “centros de acolhimento” de curta duração.

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