Açores: «A cruz é a árvore da vida, plena de esperança para o século XXI», afirmou pregador da Procissão do Senhor dos Passos

Padre Pedro Lima lembrou homens e mulheres que «gritam clemência a Deus»

Angra do Heroísmo, Açores, 26 fev 2024 (Ecclesia) – O padre Pedro Lima afirmou que “não há caminho que não seja a via crucis”, na Procissão do Senhor dos Passos em Angra do Heroísmo, onde lembrou homens e mulheres “vítimas do ódio, da guerra, do desprezo”.

“Hoje, tantos homens e mulheres gritam clemência a Deus com os rostos ensanguentados, vítimas do ódio, da guerra, do desprezo pela sua dignidade; e quantas mães choram sem poder abraçar e consolar aqueles que amam”, disse o sacerdote, este domingo, dia 25 de fevereiro, numa das mais antigas procissões de Angra do Heroísmo.

No sermão, onde se juntam as imagens do Senhor dos Passos e de Nossa Senhora da Soledade, na Praça Velha, o padre Pedro Lima explicou que a cruz “é a árvore da vida e não da morte” e que o caminho trilhado por Jesus – Via Sacra ou caminho da cruz – é o caminho de todos os cristãos, informa o portal “Igreja Açores”.

“Na sociedade humana também nós precisamos uns dos outros;  somos como as árvores: algumas fracas e secas, outras cheias de vida. A cruz é a árvore da vida, plena de esperança para o século XXI. Que tipo de árvores somos nós?”, desenvolveu na pregação o professor de Teologia Dogmática no Seminário diocesano.

O pároco de Santa Luzia, em Angra do Heroísmo, salientou que o encontro entre Jesus e a sua mãe, no caminho para o Calvário, é um dos “encontros mais dramáticos da história, onde se cruzam as gotas de sangue do filho com as gostas de lágrima da mãe”.

“Nunca estamos sós como Ele nunca esteve”, realçou o padre Pedro Lima, que, a partir de episódios bíblicos, alertou para a “desobediência não por falta de fé mas por falta de confiança”, para o perigo da “indiferença”, porque não se acredita “no amor de Deus, que tudo pode”, ou para o perigo da “autossuficiência”.

A Diocese de Angra informa que a Procissão do Senhor dos Passos, que recupera a narrativa do Evangelho da paixão, morte e ressurreição de Jesus, é uma das mais antigas de Angra do Heroísmo, promovida pela Irmandade dos Passos.

No sábado, dia 24 de fevereiro, a Imagem do Senhor dos Passos foi mudada para o Santuário de Nossa Senhora da Conceição, de onde saiu em procissão, este domingo, regressando à igreja do Colégio

“Olhamos para o Senhor dos Passos e vemos o rosto transfigurado da dor, da cruz; mas olhamos para Cristo ressuscitado e vemos a beleza da transfiguração e vemos o mesmo amor”, disse o reitor do Seminário Episcopal de Angra, na homilia da Missa.

O padre Emanuel Valadão Vaz, a partir do Evangelho lido este domingo nas celebrações, que relatou a subida ao Monte Tabor, explicou que “o Senhor dos Passos é o Cristo da ressurreição”.

“A mesma entrega, o mesmo sacrifício e o mesmo amor”, acrescentou, convidando os fiéis a olharem para a forma como carregam a cruz nas suas vidas.

“Precisamos muito de saborear a presença do transfigurado na nossa vida para que possamos olhar para os nossos momentos de dor com esperança e alegria. Nem sempre conseguimos entender porque somos postos à prova em tantos momentos, mas é esta descoberta do amor por nós que nos faz resistir, acreditar que é possível levar a cruz”, desenvolveu, realçando que qualquer cruz deve levar para “um caminho de libertação”, lê-se no sítio online ‘Igreja Açores’.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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