Igreja/Ecologia: Papa conseguiu «marcar agenda» com ensinamentos da «Laudato Si» – Francisco Ferreira

Encíclica de 2015 vai ter sequência na nova exortação «Laudate Deum», a 4 de outubro

Lisboa, 02 out 2023 (Ecclesia) – O presidente da Associação Zero considera que o Papa Francisco marcou “a agenda” com a publicação da encíclica ‘Laudato Si’ (2015), sobre questões da ecologia integral.

“Ele conseguiu marcar a agenda, porque estava em cima da mesa a discussão entre os vários países no que respeitava aos objetivos para o desenvolvimento sustentável”, disse à Agência ECCLESIA Francisco Ferreira.

O ano de 2015 foi “absolutamente marcante” com a publicação, em maio, da carta encíclica ‘Laudato Si’; em setembro, realizou-se a reunião das Nações Unidas onde “foi aprovada a agenda para 2030 e onde se incluíam os 17 objetivos para o desenvolvimento sustentável” e “o primeiro grande teste relativamente à política climática que viria a ser a seguir, o Acordo de Paris, com aprovação de metas mais exigentes”, realçou o presidente da Associação Zero.

A encíclica de Francisco aborda os temas chave que vão “desde as desigualdades, às questões ambientais, às questões do consumo”.

Recentemente, as Nações Unidas fizeram um balanço do trabalho realizado sobre os objetivos do desenvolvimento sustentável, mas, “infelizmente, apenas 15% desses objetivos estão em linha de ser cumpridos até 2030”.

Esta quarta-feira, 4 de outubro – dia da festa de São Francisco de Assis – o Papa vai publicar a exortação ‘Laudate Deum’, que desenvolve temas da encíclica ecológica e social.

Em relação ao novo documento, Francisco Ferreira espera que a tónica esteja “centrada no problema da crise dos recursos, da biodiversidade e das alterações climáticas”.

Carmo Diniz, que integrou o Gabinete de Diálogo e Proximidade da JMJ Lisboa 2023, salienta que a ‘Laudato Si’ fala “muito da casa comum de todos, aqueles que estão na Igreja e fora da Igreja”.

“Todos fazem parte da criação, por isso temos a responsabilidade de cuidar da criação”, frisou Carmo Diniz, em entrevista ao Programa ECCLESIA emitido esta segunda-feira, na RTP2.

Para a convidada, a aplicação dos objetivos do desenvolvimento sustentável “está abaixo das expectativas”.

O Gabinete de Diálogo e Proximidade da JMJ Lisboa 2023 sentiu “um apelo à ação junto dos jovens para que estes tomem a consciência que são protagonistas e que podem fazer a diferença”.

“Colocar a sustentabilidade na agenda foi um objetivo da Jornada Mundial da Juventude”, disse Carmo Diniz.

Numa reflexão pós-JMJ, a responsável mostra-se satisfeita “com o comportamento da juventude nas questões da sustentabilidade” e foi feito “um esforço muito grande para promover a reciclagem”.

As novas gerações são “muito importantes” nas questões ambientais, acrescentou.

Segundo Francisco, a nova exortação é uma “revisão do que aconteceu desde a COP21, a cimeira do clima de Paris em 2015, talvez a mais frutífera”.

“Há algumas notícias sobre algumas COP e algumas coisas que ainda não foram resolvidas, há uma urgência em resolvê-las. Não é tão grande quanto a ‘Laudato Si’, mas é levar em frente a ‘Laudato si’, para coisas novas, e também uma análise da situação”, tinha explicado o Papa, a 4 de setembro, no voo de regresso a Roma, após uma viagem à Mongólia.

A18 junho de 2020, o Vaticano apresentou um “manual” de aplicação da ‘Laudato Si’, com mais de 200 recomendações em defesa do ambiente e da vida humana.

PR/LFS/OC

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Agência ECCLESIA

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