Pastoral Juvenil: Patriarca de Lisboa e jovens conheceram plano pastoral num bar, no número 33, da Rua de São Paulo

«Queremo-nos meter ao lado e acompanhar as linguagens dos nossos jovens» – D. Rui Valério

Foto: Agência ECCLESIA/CB

Lisboa, 29 set 2023 (Ecclesia) – O patriarca de Lisboa disse que “a Igreja só terá e atrairá jovens se não vierem para assistir”, por isso, esteve presente com os jovens na apresentação do programa pastoral 2023/2024 do Serviço da Juventude da diocese no Cais do Sodré.

“A Jornada Mundial da Juventude colocou os jovens como os verdadeiros protagonistas tanto da Igreja como da sociedade. Não quero fazer lugares comuns, mas acho que é a hora dos jovens, porque eles relevaram, nos últimos meses, aqui em Portugal e para o mundo inteiro, a sua enorme capacidade para superar, para resolver, para encontrar soluções onde, por vezes, as gerações mais antigas já não são capazes de o fazer”, afirmou D. Rui Valério, esta quinta-feira, aos jornalistas, no Cais do Sodré.

No final da apresentação do programa pastoral 2023/2024 do Serviço da Juventude do Patriarcado de Lisboa, o responsável diocesano disse que querem estar “ao lado e acompanhar as linguagens de hoje”.

A eles pertence uma pertinência, uma acutilância, uma sabedoria, que é o que atualmente constitui uma esperança para toda a humanidade”.

D. Rui Valério acrescentou que os jovens “são o futuro na medida em que eles são já o presente”, e o presente dos jovens é aquele que os leva a um “envolvimento mais integral nas questões de todo”, e destacou a capacidade de olharem para um conflito como na Ucrânia, “com padrões, com princípios, com referências”, que o “surpreendem inteiramente”, como conseguem “viver como seu o sofrimento de uma criança que através dos meios de Comunicação Social”.

“E isso é um grande ensinamento. Ou seja, esta capacidade que os jovens têm de estabelecer pontes, mesmo à distancia. E isto é o que eles no ensinaram e estão a ensinar”, realçou.

O patriarca de Lisboa quer “ouvi-los, escutá-los, convoca-los”, porque “a Igreja só terá e atrairá jovens” se eles “não vierem para assistir”, porque, e sublinha, querem “protagonismo e com legitimidade, e com razão”, porque “estão munidos de um manancial que lhes dá legitimidade” e “não querem permanecer atrás”, ser mais um.

Segundo D. Rui Valério, o Cais do Sodré “um local que se situa no coração da vida das pessoas”, e

João Clemente, o responsável pelo Serviço da Juventude do Patriarcado de Lisboa, explicou, à Agência ECCLESIA, que existiram dois fatores que foram “muito importantes” para a apresentação do programa realizar-se ali.

Em primeiro lugar, a Jornada Mundial da Juventude veio de uma forma muito exponencial pedir que a Igreja esteja próxima dos jovens e de onde eles estão, por essa razão procuramos um sítio em que os jovens pudessem estar, onde os jovens convivem, estão com outros; em segundo lugar, o Sr. Patriarca quer marcar muito o seu ministério, nesta Igreja de Lisboa, junto das pessoas, juntos dos jovens, como ele disse, quer ser um ‘bispo de estrada’.

“Grande parte” do Ano Pastoral 2023/2024, segundo João Clemente, “vai ser em torno de escutar os jovens” e pretendem também “uma visão claramente missionária”, de ir ao encontro deles não estarem “dentro da Igreja, de casa, a convidar para que venham” mas querem “convidá-los no contacto diário com eles para que possam fazer um caminho de proposta, em ambientes mais formais ou menos informais”.

A primeira edição internacional da Jornada Mundial da Juventude em Portugal, em Lisboa, juntou mais de 1,5 milhões de participantes nas celebrações conclusivas, presididas pelo Papa Francisco, nos dias 5 e 6 de agosto, no Parque Tejo.

“E, agora, há a parte mais desafiante, que é esta jornada foi realizada, com sucesso, foi momento de grande alegria na cidade mas é preciso no dia-a-dia continuar a fazer este caminho”, acrescentou o diretor do Serviço da Juventude do Patriarcado de Lisboa.

Foto: Agência ECCLESIA/CB

A apresentação do Programa Pastoral Juvenil de Lisboa foi uma iniciativa conjunta do Serviço da Juventude, com o Setor da Pastoral Universitária e o Sector da Animação Vocacional do Patriarcado.

“Começar o Ano Pastoral aqui, pelo menos o lançamento do programa, também é um sinal. É um sinal de que queremos que este ano, na continuidade da Jornada que chegou a tanta gente, nas palavras do Papa Francisco, queremos chegar a ‘todos, todos, todos’. E é também um sinal que queremos ser uma Igreja que vem para o meio da cidade, que dialoga com a cidade, com a arte, com a cultura, e que propõe aos jovens também um itinerário, de encontro com Cristo, de vida cristã, onde não deixamos morrer aquilo que foi o encontro na Jornada”, disse o padre Nuno Amador à Agência ECCLESIA.

O diretor do Setor da Pastoral Universitária do Patriarcado de Lisboa assinala que querem “fugir da tentação de fazer já muitas, muitas, muitas coisas”, mas querem, “sobretudo, ouvir os jovens para serem eles a dizer qual foi a inspiração que o Espírito lhes suscitou, para o caminho que ai vem”.

“Mais do que fazermos muitos eventos é, agora, o acompanhamento destas pessoas que seria importante pensar, o itinerário que queremos propor para que vida cristã não seja uma vida de eventos mas que tem uma continuidade e uma narrativa que se vai construindo; No mundo universitário é muito evidente, os universitários podem ser e são os protagonistas daquilo que precisa de acontecer, e nós precisamos só de acompanhar, fazer com que uma faísca possa atear um fogo”, desenvolveu o sacerdote.

Para além da apresentação da proposta de Programa Pastoral e de umas palavras de encerramento do patriarca de Lisboa, o programa do final de tarde no Tiles Bar, na Rua de São Paulo, número 33, no Cais do Sodré, contou com um apontamento musical, a realização de uma pintura ao vivo, e ouviram os testemunhos de Adriana Moleiro e Duarte Hortinha, dois jovens voluntários na JMJ Lisboa.

Os jovens presentes também receberam um envelope, com a morada de D. Rui Valério, com uma folha com a pergunta ‘Para onde quer Cristo que caminhe a sua Igreja de Lisboa?’, que agora vão responder e enviar para o bispo de Lisboa.

O responsável pela pastoral juvenil do Patriarcado de Lisboa explicou que têm como horizonte o Jubileu dos Jovens, em agosto de 2025, e chamaram a este caminho da “Jornada Mundial da Juventude em Lisboa ao Jubileu 2025 em Roma”.

O programa da pastoral da juventude 2023-2024 tem várias iniciativas de mobilização diocesana e começam com os ‘Encontros JMJ’, a 14 e 15 de outubro; a Jornada Diocesana da Juventude (JDJ), dia 26 de novembro, em Vila Franca de Xira; um Fórum ‘Geração Rise Up’, com jovens de “todas as paróquias, movimentos, para conversar e discutir o que entende que deve ser o futuro da Igreja de Lisboa”, de 8 a 10 de dezembro, concluindo com uma peregrinação diocesana a Fátima, de agradecimento pela JMJ 2023.

No contexto da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos 2024 têm a vigília ecuménica, a 20 de janeiro, e na Quarema, “uma grande Via Sacra”, a 16 de fevereiro, e uma Vigília da Misericórdia, um mês depois, 16 de março.

“E, no fim de semana de Pentecostes, que todos os jovens, com o seu bispo, façam uma renovação, um compromisso por Jesus que estiveram a aprofundar ao longo deste ano”, acrescentou João Clemente, sobre o dia 18 de maio; depois, ano termina com um Festival da Juventude, a 6 de julho.

CB/PR

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Agência ECCLESIA

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