JMJ Lisboa 2023: «Todos, todos, todos não se traduz por tudo, tudo, tudo» – D. Américo Aguiar (c/vídeo)

Coordenador-geral da Jornada Mundial da Juventude faz um balanço positivo da amnistia e promete divulgar todas as contas da jornada, que deu lucro

Lisboa, 28 set 2023 (Ecclesia) – O presidente da Fundação da JMJ Lisboa 2023 disse que a jornada “correu bem e deu lucro” porque “todos se empenharam”, faz um “balanço positivo” da lei da amnistia” e lembrou que “todos” não significa “tudo”.

“’Todos, todos, todos’ não se traduz por ‘tudo, tudo, tudo’”, afirmou D. Américo Aguiar à Agência ECCLESIA e à Agência LUSA.

Numa entrevista conjunta, o coordenador-geral da Jornada Mundial da Juventude disse que cuidar, corrigir “não significa menos amor, menos entrega e menos dedicação, pelo contrário” e remeteu a firmação do Papa para a possibilidade que está ao alcance de todos para o “acesso a Cristo”.

“A minha interpretação do ‘todos, todos, todos’ é que nós não temos o direito de vedar a ninguém o acesso a Cristo. A partir do momento em que a pessoa chegou a Cristo, a minha fé é que Cristo opere no coração dessa pessoa e a converta e aquilo que era problema e obstáculo, deixem de o ser, na conversão do seu coração. Eu não posso ser obstáculo entre cada uma das pessoas e Cristo”.

D. Américo Aguiar comentou a lei que estabeleceu o perdão de penas e a amnistia de infrações por ocasião da realização em Portugal da Jornada Mundial da Juventude e fez um balanço “muito positivo”, enquanto possibilidade de “devolver esperança a quem cometeu uma falha na sua vida”, “respeitando quem sofreu as consequências desses crimes e dessas dificuldades”.

“O importante da amnistia foi devolver esperança a alguém que cometeu uma falha na sua vida. Isso é profundamente humano e ultrapassa a questão religiosa”, referiu.

Questionado sobre as polémicas que marcaram os anos anteriores à JMJ Lisboa 2023, D. Américo Aguiar disse que são as “cicatrizes” das lutas que enfrentou, referindo que é o “único culpado” de “não ter conseguido explicar” a dimensão de uma Jornada Mundial da Juventude.

“Esse foi o meu calcanhar de Aquiles: transmitir a dimensão da coisa e a dimensão de tudo o que envolveu a JMJ, seja dos participantes, dos custos, dos gastos, dos tempos… Tudo foi muito. Tudo foi muita alegria, tudo foi muito bom e também foi muito custo, empenho, dedicação e problemas”.

O coordenador-geral da JMJ disse que brevemente vão divulgar as contas da semana da jornada, nomeadamente os grandes números que se referem à alimentação, transportes e serviços, remetendo o fecho de contas para meados de 2024 por questões legais e adiantando já que “correu bem e deu lucro”.

“’Lamento’, mas prevê-se um resultado positivo. Em Portugal, temos um fado que é ‘tem de correr mal e dar prejuízo’. Lamento, porque correu bem e deu lucro”, afirmou.

O novo cardeal português referiu que a JMJ “foi um sucesso porque todos se empenharam” e afirmou que todos os portugueses são “construtores da Jornada Mundial da Juventude”.

“O sucesso da Jornada, a alegria que vivemos, o acontecimento único na vida de Portugal e dos portugueses foi graças ao empenho de todos”.

Para D. Américo Aguiar, a Igreja Católica em Portugal enfrenta o desafio de não permitir que os jovens “regressem ao sofá”, convidando-os a “para a missão, para arregaçar as mangas e trabalhar, para ir ao encontro das periferias, ir ao encontro das pessoas. E os jovens gostam disso”.

Foto Agência ECCLESIA/TAM

“Se dissermos ‘amanhã temos terço às seis e meia…’, alguns não sabem o que é o terço, alguns nunca rezaram, outros não sabem quem é Cristo. O convite à missão é urgente, mas isso dá muito trabalho, é muito exigente”, afirmou.

D. Américo Aguiar disse que “a maior riqueza da JMJ em Portugal” é a Igreja em Portugal ter milhares de jovens “estão em prontidão para corresponder ao que a Igreja lhes proporcionar”.

“Se queremos virar isto ao contrário, se queremos inaugurar um tempo novo, os jovens têm de reconquistar o gosto, a vontade e a coragem de sonhar”, indicou na entrevista à Agência ECCLESIA e Agência Lusa.

D. Américo Aguiar foi escolhido pelo Papa Francisco para cardeal e vai receber as insígnias cardinalícias no Consistório deste sábado, 30 de setembro; no dia 21 de setembro, foi divulgada a sua nomeação para bispo da Diocese de Setúbal, onde toma posse no dia 26 de outubro.

PR

 

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Agência ECCLESIA

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