Muçulmanos queimaram 21 igrejas e 35 casas de cristãos, além de centenas de bíblias
Lisboa, 20 ago 2023 (Ecclesia) – As comunidades católicas do Paquistão promovem hoje um dia de oração pela paz, após a onda de violência que na última semana atingiu as Igrejas do país, provocada por multidões de muçulmanos instigadas por fundamentalistas.
“Rezemos pela paz, pela harmonia inter-religiosa, para dizer ‘não’ a todas as formas de violência e ódio, que são sempre injustificadas, um veneno para a sociedade. Invocamos Deus, o doador de todo bem, e pedimos a todos os homens de boa vontade, cristãos e muçulmanos, que estejam ao nosso lado, unidos por um Paquistão pacífico, livre do ódio, onde os direitos e as liberdades de todos os cidadãos sejam respeitados, independentemente de seu credo”, disse à Agência Fides, do Vaticano, D. Sebasian Shaw, arcebispo de Laore, capital da província de Punjab, palco dos incidentes.
A polícia paquistanesa prendeu 129 muçulmanos, depois dos ataques da multidão, provocados por uma alegada profanação do corão, que vandalizou e incendiou 21 igrejas e 35 casas de cristãos em Jaranwala, além de queimar centenas de bíblias.
A polícia também prendeu dois homens cristãos, acusados de rasgar páginas do corão e de escrever comentários insultuosos.
O padre Khalis Mukhtar, pároco da igreja católica de São Paulo, reduzida a escombros, relata que uma multidão invadiu a igreja, espancou um catequista e “começou a destruí-la e a incendiá-la, tendo também como alvo o bairro onde vivem as famílias cristãs, que foram ameaçadas e forçadas a fugir”.
O presidente da Conferência Episcopal do Paquistão, D. Joseph Arshad, considerou que “o respeito pela religião dos outros deve ser promovido”.
“Como em todos os incidentes ocorridos no Paquistão no passado, as multidões atacaram, mas a justiça não foi feita. É por isso que isso aconteceu novamente. Se tivesse havido um exemplo no passado, isso poderia ter sido evitado”, adverte.
OC
Paquistão: Igrejas e casas de cristãos sofrem ataques da comunidade muçulmana
