Nicarágua: Governo fecha Universidade Católica de Manágua

Ministério do Interior decidiu encerramento por «dissolução voluntária»

Cidade do Vaticano, 19 mai 2023 (Ecclesia) – A Universidade Católica Imaculada Conceição da Arquidiocese de Manágua (UCICAM), na Nicarágua, foi fechada juridicamente por “dissolução voluntária”, esta quinta-feira, 18 de maio, por decisão do Ministério do Interior do país da América central.

O portal de notícia do Vaticano informou, hoje, que as autoridades nicaraguenses já fecharam 17 universidades privadas através da decisão de “dissolução voluntária”, que é considerada pelos opositores do presidente Daniel Ortega uma forma de pressionar os seus adversários.

Encerrada juridicamente por “dissolução voluntária”, a Universidade Católica da Arquidiocese de Manágua era responsável pela formação filosófica e teológica dos seminaristas, não só locais mas de várias Igrejas da América Central

A UCICAM que foi inaugurada em 2011 e estava localizada nas mesmas instalações do Seminário Maior La Purísima, na Diocese de Manágua.

Em março, as autoridades políticas decidiram encerrar as duas Universidades Católicas – de São João Paulo II e a Autónoma Cristã da Nicarágua – a Fundação Mariana de combate ao Cancro, dois escritórios da Cáritas, o Governo já expulsou missionários e confiscou edifícios, como das Missionárias da Caridade, encerrou estações de rádio e de televisão.

O Vatican News recorda que o bispo Rolando Álvarez está preso desde fevereiro e foi condenado a 26 anos de prisão, na Nicarágua, país onde a Santa Sé não tem representação diplomática, depois do Governo ter convidado o encarregado de Negócios, monsenhor Marcel Diouf, a deixar o país, a 17 de março, um ano depois de ter sido expulso o núncio apostólico (embaixador da Santa Sé), D. Waldemar Stanislaw Sommertag, em março de 2021, uma decisão criticada pelo Vaticano.

O Departamento de Estado dos EUA, no seu Relatório sobre a Liberdade Religiosa 2022, classificou a Nicarágua como país de “particular preocupação”, assinala que “a falta de transparência das autoridades judiciais contribui para a incerteza em torno da detenção do bispo Alvarez”.

O relatório, que foi divulgado esta semana, alerta também para “a detenção, o exílio e os ataques verbais a padres e bispos, chamando-os de ‘criminosos’ e ‘golpistas’ e acusando-os de incitar à violência”.

A tensão entre o regime de Daniel Ortega e a Igreja Católica, agudizou-se nas semanas que antecederam as eleições presidenciais de 2021, das quais sairia vitorioso, depois de mandar prender vários pré-candidatos da oposição.

CB

 

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Agência ECCLESIA

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