O Cardeal Jean-Pierre Ricard, Arcebispo de Bordéus e presidente da Conferência Episcopal Francesa (CEF) faz um balanço positivo dos seus dois mandatos à frente do organismo episcopal, num momento em que se prepara para abandonar o cargo. Falando na abertura da assembleia plenária da CEF, que decorre em Lourdes desde este Sábado, o Cardeal Ricard destacou a tomada de consciência, no seio da Igreja, das questões sociais e políticas. Dias antes, em entrevista ao jornal católico La Croix, o ainda presidente da CEF dizia que a Igreja no país “não ia assim tão mal”, mesmo perante a força do “movimento de secularização que enfraquece a relação das pessoas com a fé e com a Igreja”. “Há cristãos que assumem a vida eclesial, homens e mulheres que redescobrem o caminho da fé, fiéis que procuram a formação cristã, etc. São sinais que convidam à esperança”, assinala. Particularmente sentidas no país foram as questões levantadas pelo Motu Proprio do Papa que liberalizou a liturgia pré-conciliar. O presidente da CEF diz que o texto de Bento XVI “despertou o interesse de padres e fiéis por descobrir as grandes intuições do Concílio que levaram à reforma litúrgica”. D. Jean-Pierre Ricard assegurou ainda que, em Roma, a Igreja francesa deixou de ser vista como uma espécie de “enfant terrible”, revelando que tem recebido votos de confiança no trabalho que está a ser desenvolvido. “Somos mais convidados a perseverar do que somos julgados. É verdade que o número de padres e seminaristas é uma questão, mas Roma sabe que não baixámos os braços”, referiu. Num balanço pessoal do trabalho realizado nestes anos, o Cardeal Ricard fala de uma missão “cansativa, mas apaixonante”, perante a quantidade e “delicadeza” dos temas a tratar. A actual assembleia plenária da CEF vai tratar da formação e do ministério dos padres, bem como da relação entre católicos e muçulmanos. O nome do novo presidente do episcopado francês deverá ser conhecido na próxima Terça-feira.