Ano A – 3.º Domingo do Advento

Viver o Evangelho na alegria

O Evangelho deste terceiro domingo de Advento descreve-nos, de forma bem sugestiva, a ação de Jesus, o Messias: Ele vem dar vista aos cegos, fazer com que os coxos recuperem o movimento, curar os leprosos, fazer com que os surdos ouçam, ressuscitar os mortos, anunciar aos pobres que o Reino da justiça e da paz chegou. É este quadro de vida nova e de esperança que Jesus nos oferece.

O texto evangélico divide-se em duas partes. Na primeira, Jesus responde à pergunta de João, dando a entender que Ele próprio é o Messias, enviado por Deus para libertar os homens e para lhes trazer o Reino. Na segunda, temos a apreciação que o próprio Jesus faz da figura e da ação profética de João. João é um profeta e mais do que um profeta, é aquele que tinha de vir antes para preparar o caminho para o Messias.

Neste tempo de espera, que já é presença salvadora e libertadora de Deus no meio de nós, somos convidados a aguardar a sua chegada.

Os sinais que Jesus realizou durante a sua presença terrena têm de continuar a acontecer na nossa história atual. Como discípulos de Jesus, somos hoje convidados a continuar a sua missão e a perpetuar no mundo, em nome d’Ele, a ação libertadora de Deus.

Questionemo-nos com clareza e radicalidade.

Os que vivem amarrados ao desespero de uma doença incurável encontram em nós um sinal vivo do Cristo libertador que lhes traz a salvação?

Os surdos, fechados num mundo sem comunicação e sem diálogo, encontram em nós a Palavra viva de Deus que os desperta para a comunhão e para o amor?

Os cegos, encerrados nas trevas do egoísmo ou da violência, encontram em nós o desafio que Deus lhes apresenta de abrir os olhos à luz?

Os coxos, impedidos de andar, encontram em nós a proximidade dos caminhos de Deus?

Os presos, privados da liberdade e escondidos atrás das grades em que a sociedade os encerra, encontram em nós a Boa Nova da liberdade?

Os pobres, marginalizados, sem voz nem dignidade, sentem em nós o amor de Deus?

A espera do Messias vive-se na alegria, palavra tão utilizada na liturgia deste domingo e tão central no anúncio profético do Papa Francisco. O Evangelho dá-nos as razões profundas da alegria, atitude celebrada na Eucaristia e vivida no quotidiano das nossas existências. Ou, como nos convida Isaías no belíssimo hino à alegria da primeira leitura, «exultemos com brados de alegria»!

Renovemos, reajustemos o nosso olhar de fé e redescubramos o Senhor bem presente em nós e em lugares e situações onde tantas vezes não esperávamos encontrá-l’O! Vivamos sempre em atitude de esperança e de alegria, levemos o Evangelho da alegria nos caminhos que vamos percorrer nesta terceira semana do Advento.

Manuel Barbosa, scj
www.dehonianos.org

 

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