Cinco pombas voaram a partir da Igreja da Misericórdia em Angra do Heroísmo simbolizando o desejo de paz para os cinco continentes. Desejos expressos por todos os participantes católicos, protestantes, ortodoxos, muçulmanos, que se juntaram ontem, dia 20, num encontro inter religioso pela paz. A diversidade confessional não é uma realidade saliente na diocese de Angra. Mas vivo está o desejo de que em todo o mundo haja sentimentos de paz independentemente da raça e religião. Isto mesmo manifestou à Agência ECCLESIA o Pe. Manuel Freitas, responsável pelo Serviço Diocesano de Apoio à Pastoral da Mobilidade Humana e também pela organização do encontro, que afirma uma preocupação de “aproximação e integração de todos os imigrantes”. Até mesmo a refeição do dia foi especial: “Descobri que os muçulmanos não comiam certos alimentos e procurei fazer uma refeição apropriada para eles”, refere. A paz para o mundo delineou o encontro, com especial preocupação “para os conflitos no Iraque e no Médio Oriente”. A ausência de guerra não significa paz. Mas não sendo este um quadro presente na diocese “esta foi uma forma também de chamar a atenção da comunidade para a tolerância”, essencial a todos. Educar as pessoas para a aproximação e para “o quebrar fronteiras”. Na celebração inter religiosa, decorrida na Igreja da Misericórdia, foram lidos textos do Al Corão, da Bíblia numa experiência comunitária e inter confessional que juntou mais de mil pessoas. Domingo foi um dia de encontro, mas todos os dias se geram encontros com os imigrantes que precisam de acompanhamento. Preocupações que o Pe. Manuel Freitas afirma serem especialmente de integração. “Cada pessoa que vem ter comigo considero um novo açoriano”, sublinha. Aos afectos geradores de laços soma-se a burocracia inevitável e a ajuda que o Serviço Diocesano de Apoio à Pastoral da Mobilidade Humana presta visam prestar assistência e auxílio a nível escolar, de segurança, saúde, “procurar ajudá-los na legalização e na procura de trabalho”.