Obra de Santa Zita

A Obra de Santa Zita (OSZ) foi fundada por Monsenhor Joaquim Alves Brás, em 1931, na cidade da Guarda, tomando o nome de Obra de Previdência e Formação das Criadas (OPFC). Obteve a primeira aprovação dos seus Estatutos, pelo Bispo da Diocese, em 25 de Abril de 1932, implantando-se, pouco depois, em todo o território nacional, onde mantém e desenvolve, no conjunto dos seus Sectores, as mais diversas actividades, serviços e valências. Depois que passou a ter a sede geral em Lisboa, obteve a aprovação do Regulamento Geral, por provisão de 9 de Julho de 1946 assinada pelo Cardeal Patriarca de Lisboa, o qual já tinha sido aprovado anteriormente pelo Secretário de Estado da Assistência Social, em 21 de Junho do mesmo ano, como consta do Diário do Governo (II Série) de 9 de Julho de 1946. A Obra de Santa Zita tem a sua sede em Lisboa e exerce a sua acção social através das várias Casas de Santa Zita, com delegações em diversos pontos do País. Hoje, têm actividades em três áreas carenciadas: Infância, Juventude e Terceira Idade. Existem 21 casas em pleno funcionamento e em projecto está uma casa-abrigo para mulheres vítimas da violência doméstica e jovens em perigo. Traços Biográficos do fundador Monsenhor Joaquim Alves Brás nasceu a 20 de Março de 1899, na aldeia de Casegas, concelho da Covilhã, junto da serra da Estrela. Cresceu num ambiente familiar onde se respirava o amor a Deus e ao próximo, e onde se vivia uma vida de sã convivência, fidelidade e partilha de trabalho, de responsabilidades e deveres, que muito influenciaram a sua educação marcada, desde o início, pela pedagogia do exemplo, do ensinamento e da mais salutar exigência, a toda a prova. Tal educação, imprimiu-lhe, desde muito cedo, traços de um carácter firme e decidido, profundamente crente, dinâmico, empreendedor, sacrificado, corajoso e com um grande sentido de justiça, de verdade e de caridade, que influenciaram toda a sua vida e acção. Em 19 de Novembro de 1917, depois de superadas muitas dificuldades, que lhe advieram sobretudo de uma doença crónica, que o acometeu e reteve no leito dos 11 aos 14 anos, deu entrada no Seminário do Fundão, da Diocese da Guarda, a fim de realizar o grande sonho da sua vida – ser Padre, ao menos por um ano. A 19 de Julho de 1925, um ano antes do tempo previsto, recebeu a ordenação sacerdotal, na capela do Paço Episcopal da Guarda tendo, com a maior alegria, celebrado a sua primeira Missa, logo no dia seguinte – 20 de Julho. A partir desse dia, pode-se dizer que se abriu um novo capítulo na sua vida, capítulo esse que foi escrito a letras de oiro e de fogo, que nunca mais se apagaram nem apagarão, porque escritas nos corações de todos os que, de alguma forma, já beneficiaram da sua acção de Bem-fazer. Tendo sido logo nomeado Pároco da aldeia de Donas, concelho do Fundão, exerceu esse cargo, juntamente com o de confessor do Seminário do Fundão, com a maior diligência e sabedoria espiritual, durante cinco anos, até que a doença o voltou a visitar, fazendo-o mudar de rumo. Deste modo, em Setembro de 1930, é nomeado Director Espiritual do Seminário Maior da Guarda. Sacerdote zeloso e profundamente sensível aos problemas da sociedade do seu tempo, nomeadamente a problemática da família, depressa se apercebeu, nos contactos que fazia, das grandes carências e situações de miséria que atingiam os mais pobres dos pobres: os famintos de pão material, cultural e espiritual. Sempre atento à voz do Espírito Santo que o marcou com os seus dons e particular carisma, sentiu-se enviado a uma missão, muito concreta, mas de longo alcance. Ao serviço da Família Assim, metendo mãos ao trabalho, com o olhar e o coração sempre fixos em Deus, fundou: – Em 1931, a Obra de Santa Zita, uma associação que visava promover, formar e amparar jovens do sexo feminino que se dedicavam ao serviço da família, como auxiliares ou empregadas domésticas, naquele tempo designadas por criadas de servir, e que é hoje, uma Instituição Particular de Solidariedade Social, de largo alcance neste e noutros campos de formação, previdência e assistência, em prol do apoio aos mais carenciados, na linha da família. Em 1933, o Instituto Secular das Cooperadoras da Família – um Instituto de vida consagrada, cujo carisma e missão é o cuidado da santificação da família, através dos necessários apoios, entre os quais os prestados pelas obras mencionadas de que o Instituto é o garante, aos mais diversos níveis. Em 1960, os Centros de Cooperação Familiar e, em 1962, o Movimento por um Lar Cristão, que concorrem, de modos diferentes, para o mesmo fim: cooperar com a família, enquanto célula fundamental da Igreja e da sociedade, na realização da sua sublime vocação e missão. No mês em que fazia 67 anos, cheio de vigor e em plena actividade, morre, vítima de um acidente de viação. Era o dia 13 de Março de 1966. Por tal facto significar, de acordo com a fé que ele próprio viveu e transmitiu, a passagem para a verdadeira vida, designam, as referidas obras, este dia, como sendo o «Dia do Fundador». O Processo de Beatificação teve início em 1990 e já se encontra em Roma, desde 1992, aguardando-se o momento de ser confirmado pela Igreja a heroicidade das suas virtudes.

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