Algarve: Cabido da Sé de Faro vai realizar obras de restauro e recuperação na catedral (c/fotos)

Cónego Mário de Sousa explica que intervenção vai decorrer de forma faseada e que a Direção Regional de Cultura está a acompanhar o projeto

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Faro, 07 jun 2022 (Ecclesia) – O Cabido da Sé de Faro (Diocese do Algarve) assumiu a intenção de começar esta semana as obras de restauro de vários elementos da catedral, das paredes aos tetos, janelas, altares e imagens, projetando um panteão no claustro.

“Constatamos que quer o forro do teto do corpo da Sé – incluindo o madeiramento e a sua pintura –, quer as paredes, estão num estado degradado. Portanto, era necessário fazer-se uma intervenção, inclusivamente tentando ver se haverá uma cor anterior que o torne mais claro e mais leve”, disse o deão do Cabido (o cónego mais antigo da catedral), ao jornal diocesano ‘Folha do Domingo’.

O cónego Mário de Sousa adiantou que na intervenção vão ver também a “possibilidade de enriquecer” as molduras que ornamentam esse forro, “de acordo com aquilo que estiver por debaixo da tinta atual”.

As pinturas dos caixotões da abóbada de berço da capela-mor da Sé do Algarve também “estão muito degradadas e muito desfeitas”, e as janelas-claraboias “já têm o madeiramento todo danificado”.

Esta obra vai ser realizada “em diálogo” com a Direção Regional de Cultura do Algarve [DRCAlg], “que está a acompanhar” o projeto, e, depois desta primeira fase da intervenção na igreja de Nossa Senhora da Assunção, vão restaurar o retábulo do altar-mor, incluindo das suas três imagens – a padroeira, São Pedro e São Paulo – “que estão muito enegrecidas pelo tempo e pelo fumo”.

Segundo o cónego Mário de Sousa vão também restaurar a tela que representa a coroação de Nossa Senhora, “que encima o retábulo”, as telas do cadeiral do apostolado, e o próprio cadeiral.

“Será também feita a impermeabilização do telhado, porque se nota a passagem de humidades, sobretudo na capela-mor, que depois vão degradar as pinturas a ouro”, acrescentou.

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O deão explicou que as obras, com um orçamento de quase meio milhão de euros, vão ser “custeadas inteiramente pelo Cabido”, têm um prazo previsto de seis meses, e inclui a recuperação das fachadas principal e lateral do Paço Episcopal.

A intervenção na Sé vai realizar-se de forma faseada, numa nave de cada vez, deixando as outras duas livres para as iniciativas pastorais, as celebrações, e receber visitas.

No contexto da “valorização da catedral”, a sala capitular, ao lado da capela do Santíssimo Sacramento, também tem vindo a ser intervencionada e, no futuro, “será mais um espaço visitável”.

Outro projeto do Cabido da Sé de Faro é a construção de um panteão para os bispos do Algarve, no claustro da catedral – na capela dos ossos ou na capela do arcanjo São Miguel.

“Neste momento há uma cripta onde está o corpo do D. Marcelino [Franco, bispo do Algarve entre 1920 e 1955] e também as urnas com os restos mortais de alguns outros bispos, mas que não tem condições para poder conservar com dignidade os corpos porque é muito húmida, nem é visitável”, contextualizou o deão da Sé.

No exterior da catedral já foi construída uma rampa para pessoas com mobilidade reduzida, faltando abrir no gradeamento o acesso ao claustro, um projeto e a obra da Câmara Municipal de Faro.

O jornal ‘Folha do Domingo’ recorda que a última grande intervenção na Sé de Faro, classificada como Imóvel de Interesse Público, foi realizada entre outubro de 1999 e 2 de fevereiro de 2003, o dia da reabertura depois de quase três anos e meio encerrada ao culto e a visitas.

CB

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Agência ECCLESIA

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