«Há pessoas que estão isoladas e não sofrem de solidão, e há pessoas que sofrem de solidão e não estão isoladas» – Rita Valadas
Lisboa, 02 jun 2022 (Ecclesia) – A presidente da Cáritas Portuguesa afirmou que a questão da solidão dos idosos “é uma das mais preocupantes”, para a instituição e a nível da sociedade nacional.
“A solidão é um sentimento muito pessoal, é um desalento da sua situação pessoal, do não terem a oportunidade de ter uma conversa, de ter alguma pessoa de referência emocional”, precisou Rita Valadas, em declarações à Agência ECCLESIA.
A responsável afirmou que “não bastam” as respostas sociais para este problema, mas importa que estas situações “sejam identificadas e essa proximidade e capilaridade da rede Cáritas” permite que possam perceber essa situação, “quase fazendo radar e tentando acompanhar em cada uma a sua necessidade”.
“Ao contrário do que se pensa, esta situação não é só dos idosos, é também das crianças e jovens. O que ficou muito visível neste momento da pandemia”, realçou.
A entrevistada explicou que há pessoas que “estão isoladas e não sofrem de solidão” e há quem sofra de solidão “e não estão isoladas”, e sublinhou que “este tempo de pandemia agravou muito esta situação”.
Entre 25 e 27 de maio, a Rádio Renascença promoveu a iniciativa solidária ‘Três Por Todos’, que recolheu donativos para projetos que a Cáritas desenvolve com a população sénior.
As animadoras do programa ‘Três da Manhã’ – Ana Galvão, Inês Lopes Gonçalves e Joana Marques – percorreram 15 cidades, cerca 2000 km, em três dias com o intuito de “diminuir a solidão dos portugueses”, com “uma vasta” equipa da emissora católica.
Rita Valadas adiantou que o valor angariado vai ser usado “entre a solidão e as ferramentas que usam para combater a solidão”, através do programa ‘Vamos inverter a curva da pobreza’.
“A ideia é que haja candidatura, para que seja financiada por esta verba, e demonstrar a quem doou o uso que fizemos do dinheiro”, acrescentou, desafiando a rede das Cáritas Diocesanas a apresentar projetos.
Márcia Carvalho, responsável pela comunicação da Cáritas Portuguesa, indicou que uma das tónicas da instituição da Igreja Católica “é a proximidade” e o projeto desenvolvido com a Rádio Renascença “correspondeu a isso”, ao mostrar “o quão próximo” estão das pessoas no terreno, “na realidade, no dia-a-dia”.
“E este exercício da rádio sair à rua acabou por colar para nós nessa relação. Partilhamos nestes dias as histórias de vida daqueles que beneficiam da nossa ação, mas também daqueles que se envolvem do ponto de vista do voluntariado – voluntariado sénior -, os técnicos, a nossa rede, os nossos colaboradores”, desenvolveu, em entrevista que é emitida hoje no Programa ECCLESIA (RTP2).
A responsável recordou o testemunho de um idoso de Évora, o senhor Leonardo, que partilhou com os ouvintes a sua história, afirmando que “se não fosse esta ação da Cáritas passaria dias, semanas, sem falar com ninguém”.
PR/CB/OC
Media: Rádio Renascença cumpre objetivos solidários e diminui solidão de portugueses