Descobrir a Vocação

A Igreja Católica em Portugal celebra de 22 a 29 de Abril a 44ª Semana de Oração pelas Vocações, este ano centrada numa pergunta-convite: “Posso contar contigo?”. D. António Francisco dos Santos, Bispo de Aveiro e Presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios, sublinha na sua mensagem para esta Semana que há “múltiplos e diversificados sinais de esperança que se anunciam no horizonte da Pastoral Vocacional em Portugal”. Por isso, pede “sentido de esperança e com olhar de atenção a esses sinais, a que urge dar visibilidade”, convidando todos os fiéis a “rezar com confiança e trabalhar com perseverança”. “As Vocações merecem da Igreja esta solicitude permanente”, aponta. O “guia” da Igreja Católica de Portugal confirma, na sua edição de 2007, a quebra progressiva do número de ordenações sacerdotais, no nosso país. O Anuário Católico de Portugal mostra que entre 2000 e 2004, o número de sacerdotes diocesanos baixou de 3159 para 2966 (menos 193), enquanto que o clero religioso manteve praticamente o mesmo número. Apesar desta quebra no número de padres, a maioria das mais de 4 mil paróquias estão confiadas à administração sacerdotal (99,47%) e apenas 23 paróquias são administradas pastoralmente por diáconos, religiosas e leigos (número inferior ao do ano precedente). Em 2004, morreram 63 padres (a que se somam 7 defecções e 14 saídas por outros motivos), enquanto que apenas 41 novos padres foram ordenados, o que representa uma perda global de 43 padres. Perante este quadro, algumas Dioceses têm vindo a estudar novas soluções pastorais, procurando respostas diferentes das tradicionais formas de organização paroquial. Defendem-se a partilha das responsabilidades com os leigos e, sobretudo, novas formas de distribuição do clero pelo território diocesano, de modo a atingir um melhor equilíbrio entre as necessidades das comunidades e o número de sacerdotes. Assiste-se, por isso, ao surgimento de formas de vida e de trabalho em comum, conduzindo à criação das chamadas “Unidades Pastorais”, com várias paróquias, servidas por equipas de sacerdotes, conjugando o serviço do ministério sacerdotal com outros serviços. O processo exige uma mudança de mentalidades e estas mudanças na distribuição do clero nem sempre são bem acolhidas, dado afastarem a ideia tradicional de “um padre para cada paróquia”. Por outro lado, em Abril de 2004, a CEP apresentou as “Bases para a Pastoral Vocacional”, em que se propõe uma “mudança radical” na abordagem aos jovens católicos.

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