Vila Real: Diocese celebrou «dia marcante» do centésimo aniversário da sua criação (c/fotos)

Bispo sublinhou oportunidade de «valorizar o caminho percorrido por tantas gerações», apontando ao futuro

Vila Real, 21 abr 2022 (Ecclesia) – A Diocese de Vila Real celebrou os 100 anos da sua criação, a 20 de abril de 1922, com uma Missa na Sé, que congregou bispos, sacerdotes, fiéis, leigos empenhados e autoridades, antes de um concerto comemorativo.

“É uma diocese jovem mas certamente uma etapa que nos permite valorizar o caminho percorrido por tantas gerações e também celebrar, ganhar energia, e força espiritual para continuar a missão desta Igreja aqui nestas terras de Trás-os-Montes e Alto Douro”, disse o bispo diocesano à Agência ECCLESIA.

D. António Augusto Azevedo, que identificou diversos desafios da diocese, explicou que a vivência da fé “é sempre algo importante”, prioritário, sendo necessário estar atento àqueles que se afastaram ou que procuram a Igreja Católica.

“[É] uma nova geração que, de facto, tem algumas inquietações. A Igreja tem de estar preparada para acolhê-la e, por outro lado, preparada para acolher e responder aqueles que são marcados por algumas situações mais difíceis: a Igreja tem de ser mãe, casa acolhedora, casa de família”, desenvolveu.

Pedro Borges, da Paróquia de Constantim, jovem comprometido nas atividades da diocese, destacou que a celebração deste centenário é importante para a juventude perceber que existiu “todo um percurso, todo um caminho”, que agora estão “a dar continuidade”.

“Permite-nos perceber que a diocese está viva, que estamos cá, e é mais uma forma de conseguirmos ligar-nos com as pessoas, não só com os jovens mas com todas as pessoas, de todas as idades, leigos e religiosos, e é bastante importante porque não é uma diocese homogénea. O centenário é mais uma forma de unirmos todos e todos juntos podermos caminhar não só sobre as jornadas da juventude”, referiu.

Na sua homilia, o bispo de Vila Real pediu aos jovens que sintam que esta Igreja “é a sua casa e a sua família, e se comprometam a torná-la cada vez mais nova e atraente”, e para Pedro Borges, que pertence ao Departamento Diocesano da Juventude, a caminhada sinodal “é bastante importante” para esta compreensão e compromisso.

D. António Augusto Azevedo recordou que no programa religioso e cultural das comemorações do centenário constam momentos de reflexão “sobre história, alguns personagens marcantes, quer clérigos, quer leigos”, sobre algumas atividades, de movimentos, de grupos, que tem permitido “conhecer melhor o caminho feito e também perceber um bocado o que de bom há e os carismas e as potencialidades no meio desta Igreja”.

Já o presidente da Cáritas Diocesana de Vila Real salientou que algumas das tertúlias centraram-se na pastoral social e esses encontros permitiram ver como é que evoluiu esse serviço aos mais pobres, permitiu “pensar no futuro, naquilo que ainda é necessário fazer como no fundo testemunhar o Evangelho nesta ação específica da Igreja”.

“Também serviu para tomarmos consciência daquilo que ainda é necessário fazer na nossa missão específica que é estar junto dos mais pobres e marginalizados. Agradecemos aquilo que recebemos, e pensamos no futuro e naquilo que a nossa missão nos leva a fazer para os mais pobres”, acrescentou Henrique Oliveira.

Também presente nas celebrações, o presidente da Câmara Municipal de Vila Real assinalou que a diocese “é uma marca distintiva” que tem acompanhado o poder autárquico “nas alegrias, nas tristezas, nas lutas”, como a atual pandemia Covid-19 e no conflito na Ucrânia, uma “guerra que era impensável voltar à Europa”.

“A Igreja é fundamental na nossa vida coletiva. Está ao lado das populações do distrito de Vila Real e da região, e é indissociável do nosso dia-a-dia. E comemorar os 100 anos de tão importante instituição é para nós uma alegria; Sinto enorme orgulho na Diocese de Vila Real”, disse Rui Santos.

Depois da Eucaristia, a Sé recebeu um concerto no seu Órgão Sinfónico da Catedral, pelo seu organista titular, Giampaolo Di Rosa (Itália).

A Diocese de Vila Real foi criada pelo Papa Pio XI, com a Bula ‘Apostolicae Praedecessorum Nostrorum’, de 20 de abril de 1922. O novo território eclesial, que tem os limites do Distrito de Vila Real, foi constituído por paróquias das dioceses vizinhas – Braga (166), Bragança (19) e Lamego (71) – e teve sete bispos desde a sua fundação.

CB/OC

 

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Agência ECCLESIA

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