Lisboa: Cardeal-patriarca lava os pés a refugiado da Ucrânia (c/fotos)

Reafirmar a «solidariedade e proximidade» foi o objetivo do convite de D. Manuel Clemente a famílias provenientes do leste do país

Lisboa, 14 abr 2022 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa presidiu hoje à Missa da Ceia do Senhor e convidou para a cerimónia do lava-pés refugiados ucranianos que chegaram do leste da Ucrânia para lhes manifestar “solidariedade e de companhia”.

“Convidei-os para estarem aqui e serem eles os participantes diretos no lava-pés para manifestar, não só da minha parte, mas de toda a Igreja de Lisboa, mais uma vez, solidariedade e companhia”, disse D. Manuel Clemente aos jornalistas no fim da Missa vespertina da Ceia do Senhor.

O cardeal-patriarca de Lisboa referiu que os refugiados da Ucrânia que participaram na cerimónia do lava-pés sentem “muito vivamente” o agravar da guerra, sobretudo na zona leste do país, o que não impede que afirmem a esperança no futuro, porque “acreditam que, com Deus há futuro, mesmo que seja tão contrariado por alguns homens”.

“Estes são refugiados. A vontade deles é voltar, assim que possam: têm lá as suas casas, ou o que restam delas, têm lá os seus familiares que querem ver de perto e, infelizmente, até têm lá os mortos”, afirmou.

Questionado sobre a posição da Igreja Católica sobre o conflito, D. Manuel Clemente recordou as afirmações do Papa durante a visita a Malta sobre uma possível deslocação à Ucrânia, lembrando que “vontade não lhe falta para ir lá”, mas Francisco faz o que for “melhor para ajudar” as vítimas da guerra.

“Para agravar não, para ajudar sim!”, afirmou o cardeal-patriarca a propósito das tomadas de posição do Vaticano sobre a guerra na Ucrânia e de uma possível visita do Papa a Kiev.

A Missa vespertina da Ceia do Senhor, que evoca a instituição da Eucaristia e do sacerdócio, recordando a Última Ceia, assinala o início do Tríduo Pascal, o momento central do ano litúrgico, no qual a Igreja Católica assinala os momentos os momentos da prisão, julgamento e morte de Jesus, culminando na celebração da sua ressurreição, a Páscoa.

Na homilia da Missa, D. Manuel Clemente referiu-se ao “dinamismo eucarístico duma existência cristã propriamente dita”, lembrando que não se celebram “muitas Missas”, antes “cada vez melhor a única de Cristo, sacramentalmente reiterada, para que o mesmo propósito se realize até ao fim”.

O cardeal-patriarc de Lisboa referiu-se também ao significado do gesto do lava-pés, afirmando que não se trata de “limpeza exterior e fácil de conseguir”, mas da “renovação inteira que só em Cristo se alcança”.

Após a Missa vespertina da Ceia do Senhor, só volta a existir celebração da Eucaristia na Vigília Pascal, no final de Sábado Santo; na sexta-feira, evoca-se a morte de Jesus com a celebração da Adoração da Cruz.

Foto Agência ECCLESIA/PR

PR

 

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Agência ECCLESIA

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