D. Pedro Barreto, arcebispo de Huancayo (Peru) e presidente da Rede Eclesial Pan-Amazónica, sucede ao cardeal Cláudio Hummes
Brasília, 29 mar 2022 (Ecclesia) – A Conferência Eclesial da Amazónia (CEAMA) elegeu uma nova presidência para os próximos quatro anos, escolhendo o cardeal Pedro Barreto do Peru como sucessor do cardeal Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo.
“Que os povos originários e as comunidades tradicionais da Amazónia se sintam parte da Igreja e na defesa da vida na Amazónia”, disse o novo presidente da CEAMA, divulga a Conferência Nacional dos Bispos Brasileiros (CNBB).
O cardeal peruano D. Pedro Barreto foi eleito presidente da Conferência Eclesial da Amazónia, na assembleia ordinária realizada nos dias 26 e 27 de março, em formato online e presencial em São Paulo, no Brasil, após o cardeal Hummes ter apresentado o pedido de renúncia, por questões de saúde.
Na reunião foram também escolhidos os restantes membros da presidência deste organismo: o primeiro vice-presidente é o arcebispo de Manaus (Brasil), D. Leonardo Steiner, como segundo vice-presidente foi eleito Mauricio López do Equador, que é o coordenador do Centro de Redes e Ação Pastoral do CELAM (Conselho Episcopal Latino-Americano); D. Eugenio Coter, missionário italiano e bispo de Pando (Bolívia), é o representante dos bispos amazónicos na presidência da CEAMA.
D. Pedro Barreto, arcebispo de Huancayo (Peru) e também presidente da Rede Eclesial Pan-Amazónica (REPAM), manifestou gratidão ao seu antecessor pelo trabalho para consolidar a REPAM e a CEAMA.
“A força do Espírito Santo nos encoraja a continuar neste caminho, com uma estratégia de encarnação no território amazónico na complementaridade entre a CEAMA e a REPAM nesta tarefa”, referiu.
Na assembleia ordinária da Conferência Eclesial da Amazónia, os participantes refletiram sobre o caminho realizado nos últimos anos e os desafios na implementação dos encaminhamentos do Sínodo Amazónico, através dos Núcleos Temáticos.
D. Cláudio Hummes no discurso inicial do encontro, afirmou que “os gritos da realidade atual, os da sociedade e da Igreja”, e tudo o que apresentou como presidente da CEAMA, convidam a “tecer uma estratégia de maior encarnação territorial que reforce os caminhos da CEAMA”.
“Isto implica um tempo e um esforço que, dadas as minhas atuais condições de saúde, não estou em condições de enfrentar”, explicou o cardeal brasileiro, que escreveu ao Papa Francisco a comunicar a sua decisão, lê-se no sítio online da CNBB.
A Conferência Eclesial da Amazónia foi criada e instituída canonicamente pelo Papa Francisco, depois do fruto do Sínodo especial para a região que decorreu de 6 a 27 de outubro de 2019.
O organismo articula estruturas regionais da Igreja, incluindo o Conselho Episcopal Latino-americano e do Caribe (CELAM), a Confederação Latino-Americana e Caribenha de Religiosos e Religiosas (CLAR), a Rede Eclesial Pan-Amazónica, e Caritas da América Latina e do Caribe
A região pan-amazónica tem uma extensão de 7,8 milhões de km2, incluindo áreas do Brasil, Bolívia, Perú, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa; dos seus cerca de 33 milhões de habitantes, 3 milhões são indígenas pertencentes a 390 grupos ou povos.
CB/OC