Vaticano: «Educação espiritual é a base para o crescimento integral», disse o Papa aos Irmãos Maristas

Francisco assinalou que crianças e jovens estão dispostos a tornarem-se «guardiões da criação», mas é preciso um «caminho educacional»

Foto Vatican News

Cidade do Vaticano, 24 mar 2022 (Ecclesia) – O Papa Francisco disse hoje aos Irmãos Maristas, que participam na sua conferência geral, que “não há contradição entre a fidelidade às próprias raízes e a abertura universal” e destacou a “sensibilidade e interesse” dos jovens pela ecologia.

“Os jovens estão a demonstrar sensibilidade e interesse pela ecologia. Aqui existe um grande campo para a educação, porque infelizmente a mentalidade mundana – permitam-me o trocadilho – também polui a ecologia, reduz, torna-a ideológica e superficial”, explicou o Papa, no contexto da educação e ensinamentos dos Maristas, que deve ser conjugado com a realidade que muda.

Na audiência, na manhã desta quinta-feira, Francisco disse aos religiosos que o horizonte de Deus “é o de uma ecologia integral”, que mantém unidas as dimensões ambiental e social, “o grito da Terra e o grito dos pobres”.

As crianças e jovens estão dispostos a tornarem-se “guardiões da criação”, mas precisam aprender que isso “não é apenas um slogan, uma denúncia”, mas um modo de vida, exigindo paciência, fortaleza, temperança, justiça”, torna-se um através de um “caminho educacional”.

O Papa salientou que o exemplo da ecologia pode ser aplicado a outras áreas, “como o compromisso social e político, o campo da comunicação”, ou mesmo antes do campo do estudo e do trabalho, “visto sob a perspetiva da promoção integral da pessoa”.

“Acima de tudo, cabe a vocês como religiosos, a educação espiritual, que é a base para o crescimento integral: Jesus Cristo é o mestre de vida e de verdade, o caminho a ser seguido para se tornar homens e mulheres na sua plenitude, e o Espírito Santo é o mestre interior que forma Cristo em nós”, desenvolveu.

Francisco descreveu o Maristas como uma família multicultural e multiétnica, incentivando-os a “superar fronteiras, não tanto geográficas, mas de mentalidade”.

“Não há contradição entre a fidelidade às próprias raízes e a abertura universal, pelo contrário. Segundo o modelo de Cristo Senhor é precisamente permanecendo fiéis até o fim ao pacto de amor com o povo a nós confiado, que o nosso serviço se torna fecundo para todos, através do poder da graça de Deus”, explicou.

Para os Irmãos Maristas, acrescentou, significa permanecer fiéis ao “serviço de educação e de evangelização dos jovens”, de acordo com o carisma o seu fundador, São Marcelino Champagnat, que sabia como “‘olhar além’, e como ensinar os jovens a ‘olhar além’, a abrir-se a Deus, aos horizontes do amor segundo o Evangelho”.

O Papa lembrou que os ensinamentos do fundador dos Maristas eram guiados pelo exemplo da Virgem Maria, e perguntou o que “poderia ser mais belo, mais eficaz”, do que o cântico  ‘Magnificat’, que “contém uma visão da vida e da história”, para “educar uma jovem ou um jovem a abrir-se a Deus” e ao seu plano de amor.

Aos religiosos que estão a participar na Conferência Geral do seu instituto religioso, o Papa assinalou que nestes momentos de reflexões e verificações todos devem recordar-se de olhar em frente “com as indicações dos capítulos”.

O Instituto Marista foi fundado por São Marcelino Champagnat, em La Valla, na França, há 205 anos, a 2 de janeiro de 1817.

CB

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Agência ECCLESIA

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